Cientistas descobrem ‘Pompeia animal’ na China

Cientistas dizem ter descoberto sinais de que a erupção de um vulcão chinês há 120 milhões de anos pode ter matado diversos animais no período Cretáceo. Eles teriam sido mortos de forma instantânea, semelhante ao que aconteceu com a população da cidade romana antiga de Pompeia no ano de 79 d.C., que foi arrasada por […]

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Cientistas dizem ter descoberto sinais de que a erupção de um vulcão chinês há 120 milhões de anos pode ter matado diversos animais no período Cretáceo.

Eles teriam sido mortos de forma instantânea, semelhante ao que aconteceu com a população da cidade romana antiga de Pompeia no ano de 79 d.C., que foi arrasada por uma erupção do vulcão Vesúvio.

Como os moradores da cidade, os animais foram envolvidos por cinzas e lava, e foram petrificados.

O estudo foi publicado nesta quinta-feira pela revista científica Nature.

Mistério

O leito de fósseis de 120 milhões de anos na província de Liaoning, no nordeste da China, sempre tem sido um mistério para os cientistas. O lugar é repleto de fósseis em ótimas condições de preservação.

Um grupo bastante eclético de animais foi desenterrado ali, entre eles, os primeiros dinossauros com penas, algumas das primeiras espécies de mamíferos, pássaros, peixes e insetos.

“Há anos que cientistas têm curiosidade para saber como esses animais foram mortos e ficaram excepcionalmente bem preservados”, disse o pesquisador Baoyu Jiang, na universidade de Nanjing.

E agora, pela primeira vez, os cientistas dizem ter sinais mais concretos de que a erupção de um vulcão possa ter sido a causa da morte dos animais.

A floresta de árvores coníferas cercada por lagos – onde esses animais viviam – era cercada de vulcões, e os pesquisadores acreditam que explosões soltaram no ar uma mistura de gás, cinzas e rochas – conhecida como fluxo piroclástico.

Como as pessoas que viviam em Pompeia, várias criaturas foram mortas instantaneamente e em seguida cobertas por uma densa camada de cinzas.

Os animais foram petrificados em pleno movimento, com músculos flexionados e a espinha estendida. Eles foram todos encontrados no mesmo local. Para os cientistas, a força das explosões empurrou os corpos para um mesmo lugar.

“Todos os fósseis estudados estão presos dentro de fluxos piroclásticos”, diz Jiang. Ele afirma que alguns fósseis possuem os mesmos sinais de queimadura encontrado na população de Pompeia.

Os pesquisadores dizem que outras camadas encontradas no leito de fósseis indicam que várias erupções ocorreram no período Cretáceo.

Para o paleontólogo Mike Benton, da universidade de Bristol, o trabalho de Jiang “confirma e esclarece o que suspeitávamos há anos”.

“Mas os autores dão um passo além e sugerem que todos os animais foram mortos, transportados e excepcionalmente preservados pelos fluxos piroclásticos.”

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