Após declarações de André, médico legista pede demissão do cargo no interior

O médico Omar Ferreira Miguel entregou nesta quarta-feira carta de demissão do cargo de médico legista de Nova Andradina. A decisão vem depois de ele ter sido chamado de “servidor vagabundo” pelo governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, durante uma entrevista na segunda-feira (14). Nesta tarde, Omar reafirmou que vai acionar a Justiça. […]

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O médico Omar Ferreira Miguel entregou nesta quarta-feira carta de demissão do cargo de médico legista de Nova Andradina. A decisão vem depois de ele ter sido chamado de “servidor vagabundo” pelo governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, durante uma entrevista na segunda-feira (14).

Nesta tarde, Omar reafirmou que vai acionar a Justiça. “Tive meu nome e minha reputação escrachados no estado inteiro”, diz ele.

Ao Midiamax, Omar disse que estava de folga no sábado (12), dia que um acidente resultou na morte da jovem Taynara Pereira, 15 anos. Na falta de legista em Nova Andradina, o corpo foi enviado a Dourados e liberado cerca de 22 horas depois, causando indignação por parte de familiares.

A folga, lembra Omar, foi informada aos superiores. Naquele dia, ele comemorava o aniversário da filha, de 1 ano.

“Meu pai me ensinou que homem tem que ter vergonha na cara, tem que ter atitude de homem”, diz o médico ao confirmar seu pedido de demissão. Ele diz que nunca reclamou por trabalhar além do tempo previsto, bem como com a falta de estrutura do IML (Instituto Médico Legal) de Nova Andradina.

Revoltado, ele não pouca críticas à atitude. “Ele não sabe quem eu sou, nem do meu trabalho”, diz o mineiro de Uberlândia, ortopedista especializado em quadris que atuava em São Carlos (SP), casado, pai de uma menina de 1 ano, contando que chegou a Mato Grosso do Sul com o ideal de trabalhar na atividade forense da Polícia Civil.

Omar tomou posse no dia 6 de dezembro de 2012. De lá para cá, como ele mesmo ressalta, fez 700 laudos. “Faço em computador próprio, só uso a impressora lá”, lembra ele.

Na segunda-feira, Puccinelli participava de solenidade em uma escola quando familiares da adolescente, durante o cortejo fúnebre dela, passaram em frente ao local promovendo um buzinaço e reclamando da demora do IML. Questionado sobre o assunto, o governador disparou: “não tem nada de manifesto. É um vagabundo de um servidor que não estava em seu local de trabalho e já determinei ao policial Jefferson (delegado) que faça a advertência.”

Pouco depois, em Campo Grande, Puccinelli retificou a declaração, dizendo que não havia se referido diretamente ao médico. “Se ele (servidor) não estava em seu local de trabalho sem uma justificativa, ele seria um vagabundo”, explicou André.

*texto editado às 17h58 para acréscimo de informações

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