Após atingir pico da cheia, nível do rio Paraguai entra em fase de declínio

O nível do rio Paraguai, em Ladário, que chegou a 5 metros e 27 centímetros na quinta-feira, 10 de julho, encontra-se em declínio. É o que aponta o relatório semanal da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME). A redução da altura na régua do Serviço de […]

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O nível do rio Paraguai, em Ladário, que chegou a 5 metros e 27 centímetros na quinta-feira, 10 de julho, encontra-se em declínio. É o que aponta o relatório semanal da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME).

A redução da altura na régua do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, que vem ocorrendo diariamente desde 30 de junho, levou a Embrapa Pantanal a emitir um quinto alerta, dessa vez orientando a respeito da velocidade da chamada fase de vazante.

Divulgado na página do Facebook GeoHidro-Pantanal, o novo alerta informa que o rio “na régua de Ladário, deve alcançar o nível de 5,0 metros em torno de 24 de julho, 4,5 metros em torno de 19 de agosto e 4,0 metros em torno de 13 de setembro de 2014, considerando uma margem de erro de 5 dias para mais ou para menos”. As estimativas, segundo a avaliação, têm como base a “análise gráfica dos níveis do rio Paraguai em Ladário, na fase de vazante, totalizando 29 anos para a classe de nível de 5,01 a 5,50 metros. O período analisado foi de 09 de julho até 13 de setembro”.

O pico da cheia, como informou o Diário Corumbaense na edição de 24 de junho, foi alcançado no dia 12 de junho, quando a centenária régua do 6º Distrito Naval de Ladário registrou altura de 5 metros e 42 centímetros. Essa marca se repetiu um dia depois (13 de junho). Daquele dia até 29 de junho, a altura do rio Paraguai sofreu oscilações, até entrar na sequência de baixa em seu nível no último dia do mês passado.

“Uma vez que o rio Paraguai alcance o seu nível máximo ou pico, é importante informar quanto tempo vai demorar e como vai se dar a descida das águas. Um ou mais alertas ainda serão emitidos sobre a vazante do rio”, informa o relatório publicado pela GeoHidro-Pantanal. “As informações dos níveis e suas respectivas datas estimadas na fase de vazante são importantes para que os influenciados ou afetados pela inundação possam programar suas atividades no canal do rio (navegação) e nas suas margens (ribeirinhos), assim como na planície de inundação (pecuária)”, completa o alerta.

Nos 114 anos de observação do comportamento do nível do rio Paraguai em Ladário, 51 tiveram o valor máximo anual no mês de junho, 26 em maio, 23 em julho, 11 em abril, 2 em março e uma em agosto. Quanto aos valores mínimos anuais, 33 ocorreram no mês de dezembro, 32 em novembro, 28 em janeiro, 16 em outubro, 4 em setembro e uma em fevereiro.

Cheias e secas

A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai, atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905. A última grande cheia ocorreu em 1995, considerada a terceira maior, com pico de 6,56 metros. Durante o período de 1964 a 1973, que antecedeu a essa cheia, o nível máximo registrado na régua de Ladário tinha sido de apenas 2,74 metros. Cheia normal compreende de 5 a 5,99 metros. Cheia igual ou superior a 6 metros é considerada como uma cheia grande ou “super cheia”.

A estimativa do nível do rio Paraguai na região de Corumbá e Ladário é baseada na “análise estatística de regressão não linear entre os dados diários e das máximas anuais da estação de Bela Vista do Norte (rio acima) e a estação de Ladário (rio abaixo)”, explica o texto do alerta publicado na página GeoHidro-Pantanal.

Alertas sobre nível do rio

Os alertas sobre o nível do rio Paraguai são publicados pelo pesquisador na página do Facebook GeoHidro-Pantanal, uma iniciativa – mantida por pesquisadores da Embrapa e parceiros – que busca estabelecer uma comunicação mais direta com a população das regiões que podem ser afetadas pelas cheias. A página (https://www.facebook.com/pages/Geohidro-Panta al/593932390647332) oferece mapas sobre as chuvas, dados e links de sites como a Agência Nacional de Águas (ANA) e Marinha do Brasil, de forma a criar um panorama mais detalhado sobre a cheia.

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