Tragédias, decepções e eliminações marcam ano pós-Mundial do Corinthians

2012 ficou marcado como a temporada mais vitoriosa do Corinthians em toda a sua história, mas o ano seguinte também terá um espaço nos almanaques. Em raras oportunidades, tantas tragédias e decepções se misturaram em um intervalo de 12 meses. O último e mais trágico fato ocorreu no início da tarde de quarta-feira, em Itaquera. […]

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2012 ficou marcado como a temporada mais vitoriosa do Corinthians em toda a sua história, mas o ano seguinte também terá um espaço nos almanaques. Em raras oportunidades, tantas tragédias e decepções se misturaram em um intervalo de 12 meses.

O último e mais trágico fato ocorreu no início da tarde de quarta-feira, em Itaquera. Um guindaste içava uma das partes da cobertura da Arena Corinthians, mas tombou e ocasionou a queda da estrutura sobre uma das arquibancadas do estádio. Os operários Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira dos Santos se tornaram vítimas fatais do acidente. O prazo de entrega da obra, que tinha 94% de conclusão, deve ser revisto.

As mortes de dois operários em obra não foram as únicas na temporada 2013 do Corinthians. Ainda em fevereiro, a estreia do clube na luta pelo bicampeonato da Copa Libertadores foi marcada por uma tragédia. Um rojão atirado por torcedores organizados corintianos acertou o olho do jovem boliviano Kevin Espada, 14 anos, que morreu na hora.

Como resposta, a justiça local decretou a prisão preventiva de 12 torcedores corintianos que estavam no estádio em Oruro. Depois de uma verdadeira disputa diplomática entre os países, os últimos presos foram libertados em agosto. Na ocasião, o sonho do bicampeonato da Copa Libertadores já havia se acabado.

Ainda na fase de oitavas de final, o Corinthians encontrou o adversário da última decisão continental, mas não teve o mesmo sucesso. Derrotado por 1 a 0 na Argentina, saiu atrás do marcador no Pacaembu graças a um golaço de Riquelme e não conseguiu o placar necessário – o jogo acabou em 1 a 1. Na ocasião, sobraram críticas e acusações ao árbitro paraguaio Carlos Amarilla, dono de atuação desastrosa em lances cruciais.

Conquistas precedem pior semestre corintiano dos últimos tempos

Já o comandante com os títulos mais importantes da história corintiana, Tite conseguiu dar a volta por cima depois de cair diante do Boca. O treinador já tinha conquistado o Brasileiro, a Libertadores e o Mundial de Clubes, mas ampliou sua galeria com duas novas conquistas diante de rivais: bateu o Santos no Campeonato Paulista e o São Paulo na Recopa Sul-Americana.

Ainda que não sejam os títulos mais desejados pela maioria dos corintianos, o Paulista e a Recopa poderiam ser a indicação de o início de um novo ciclo de conquistas. Acabou, na verdade, sendo exatamente o contrário: sem Paulinho, negociado junto ao Tottenham, o Corinthians teve seu pior semestre desde o rebaixamento em 2007.

Em setembro, uma das sequências mais negativas da história corintiana ocorreu dentro de campo e com o elenco campeão mundial. Foram oito jogos sem vitória, consecutivamente, e com apenas um gol marcado. Tite balançou no cargo depois de perder por 4 a 0 para a Portuguesa e, já em outubro, após ser derrotado pelo Grêmio.

Confiantes em uma volta por cima na Copa do Brasil, os dirigentes corintianos preservaram o trabalho para enfrentar o Grêmio. A partida que valia vaga na semifinal, porém, foi a pá de cal na pretensão de jogar a Libertadores em 2014.

Sem anotar gols em 180 minutos, o Corinthians caiu nos pênaltis com uma criticada cobrança de Alexandre Pato com cavadinha. Contratado por R$ 40 milhões, Pato caiu em desgraça com a torcida. Em um de seus piores Campeonatos Brasileiros dos últimos tempos, o Corinthians jogou a toalha de vez e indicou reformulação ao dar por encerrado o ciclo de Tite.

Os problemas com torcedores, por sinal, marcaram a temporada do Corinthians. Se não bastasse a confusão na Bolívia, membros de torcidas organizadas brigaram com vascaínos em Brasília, o que tirou mandos de campo no Campeonato Brasileiro. O clube ainda precisou ir ao tribunal por confusões em jogos contra o Criciúma e Portuguesa e, punido, atuou em três cidades diferentes do interior.

A conclusão das obras do sonhado estádio parecia a única notícia boa possível para o torcedor corintiano, mas 2013 não caminha definitivamente para acabar bem. Com entrega prevista anteriormente para os últimos dias de dezembro, a Arena Corinthians só deve ficar pronta no próximo ano. Ainda assim, sob a marca de dois operários tragicamente mortos na última quarta.

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