A ONU anunciou nesta terça-feira (26/03) que continuará suas operações na Síria, apesar da decisão divulgada ontem de retirar metade de seu pessoal de Damasco, por motivos de segurança.

Essa medida, que afetará 50 empregados da organização, foi tomada após um ataque com morteiro que danificou seu edifício na capital síria, onde nos últimos dias aumentou o fogo cruzado entre as forças governamentais e os grupos rebeldes. Os funcionários afetados são considerados “não essenciais” em termos humanitários e serão realocados em países vizinhos, de onde poderão continuar cumprindo suas funções.

“Não é a primeira vez que estamos diante da situação de situar nosso pessoal e de transferi-lo novamente ao país quando a situação de segurança permitir”, explicou em Genebra a porta-voz do PMA (Programa Mundial de Alimentos), Elizabeth Byrs.

“Podemos manter nossa operação e inclusive expandi-la”, disse, embora em seguida tenha reconhecido que há uma grande preocupação com o aumento da violência armada.

A porta-voz comentou que, além dos combates, os constantes fechamentos de estradas obstaculizam a chegada da ajuda de primeira necessidade às vítimas da guerra interna.

Elizabeth relatou que, antes da medida, o PMA tinha 19 expatriados – dos quais 8 serão transferidos a Amã (Jordânia) – e 80 empregados nacionais trabalhando em atividades de transporte, distribuição e entrega de alimentos na Síria.

O Escritório de Ajuda Humanitária da ONU informou que quatro empregados estrangeiros seguirão em Damasco, enquanto o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) esclareceu que tem 18 colaboradores internacionais – metade dos quais sairá da Síria temporariamente – e 60 trabalhadores locais.

Em relação ao impacto que essa retirada parcial terá, a porta-voz do Unicef, Marixie Mercado, ressaltou que o organismo colabora muito em campo com várias entidades de ajuda de caráter local, por isso espera-se que o trabalho a favor da população não seja prejudicado.”As operações continuam e o centro de gravidade continua sendo a Síria”, disse.