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População reclama da “indústria da multa” no Centro de Campo Grande

A polêmica da suposta indústria da multa de trânsito voltou ao Centro de Campo Grande. A população considera  “abusivo” o comportamento dos agentes municipais de trânsito, conhecidos como amarelinhos, principalmente, na região do Centro da Capital, onde a ação da fiscalização é mais intensa. Desde 2008, os fiscais de trânsito devem usar apitos para alertar […]
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A polêmica da suposta indústria da multa de trânsito voltou ao Centro de Campo Grande. A população considera  “abusivo” o comportamento dos agentes municipais de trânsito, conhecidos como amarelinhos, principalmente, na região do Centro da Capital, onde a ação da fiscalização é mais intensa.

Desde 2008, os fiscais de trânsito devem usar apitos para alertar que os condutores serão multados por infrações como uso de celular ou falta do cinto de segurança. Na prática, a medida não é aplicada. Outra queixa parte dos comerciantes, quem vêem clientes em potencial abandonarem a intenção de compra por não encontrarem pontos de recarga da Flexpark (empresa que controla os parquímetros da cidade) e, por isso, não conseguirem estacionar regularmente.

“Acredito que o papel dos amarelinhos é de, antes de multar, agir preventivamente. Para isso, eles teriam que orientar, educar, mas, ao invés disso, são arrogantes com os condutores e pedestres. É só multa e punição e, com eles não tem conversa”, relata um comerciante da rua 14 de julho, que acompanha o problema de perto e preferiu não se identificar.

A advogada S.R.S, estacionou por 10 minutos em frente a uma lanchonete onde pegaria uma lanche para viagem, e reclama que o amarelinho tinha visto que ela ficaria parada por pouco tempo. “Por ele ter me visto, achei que ele não fosse multar. Só depois de muita conversa, consegui sair sem a multa”, diz. “Já recebi multas em casa que nem sabia que tinha levado. Eles não cumprem essa determinação de notificar antes”, reclama Maria Joana Soares, 52 anos.

Outra comerciante, que também preferiu não se identificar, relata que a ação dos amarelinhos é feita nos horários de pico – durante o almoço e no final da tarde. “Eles somem durante o dia, mas sempre aparecem quando o Centro está lotado, e ‘canetam’ sem dó”.

Habituada a pagar estacionamento público, população não encontra pontos de recarga

A população está habituada a pagar pelo estacionamento público – o sistema existe há 28 anos, primeiro com a Área Azul que, depois, migrou para o sistema eletrônico, com a Flexpark – e apesar de ser obrigatório, a reclamação é a dificuldade em encontrar pontos de recarga. “Essa banca aqui, é ponto, mas está sem há um tempão. A gente pede, eles só dizem que não chegou”, afirma a digitadora Naura Rosa da Silva, 36 anos. No site da empresa, 120 pontos estão autorizados a realizar a venda.

Conforme o diretor de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Elídio Pinheiro, a orientação para os amarelinhos é fazer uso do bom-senso. “Batemos muito na tecla de o bom-senso prevalecer. Ainda assim, as pessoas sabem que estacionar sem carregar o parquímetro é irregular e, por isso, não cabe negociação”.

Sobre a falta de notificação das multas, Pinheiro explica que existe a determinação do alerta e, caso o condutor se sinta prejudicado, é possível entrar com recurso na Agetran. “Uma comissão de julgamento analisa se a multa foi indevida, e recebe uma resposta em até 30 dias”, acrescenta.

Sobre a falta de recarga nos pontos autorizados, Pinheiro explica que há uma fiscalização da Agetran e, a empresa pode ser notificada por deixar de prestar o serviço correto se o problema for constatado. Procurada, a Flexpark informou que o gerente responsável, único autorizado a responder pela empresa, não poderia responder à solicitação da reportagem.

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