Muricy Ramalho sempre mostrou alguma mágoa por nunca ter sido técnico da seleção brasileira, apesar de quase ter chegado ao cargo antes da entrada de Mano Menezes na equipe nacional, quando ainda dirigia o Fluminense. O assunto, segundo o técnico, são águas passadas e o sonho, também. Muricy afirma agora que torce para se aposentar no seu atual clube, o São Paulo, e não pensa mais em chegar à seleção.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Muricy foi questionado se ainda gostaria de assumir o comando do Brasil, após a Copa do Mundo de 2014, mas revelou também que seus planos de aposentadoria são para breve.

“Não, (treinar a seleção) não passa mais pela minha cabeça”, afirmou o treinador. “Não vou me alongar muito mais (na carreira de técnico), porque tive vários exemplos de pessoas que tentaram esticar a carreira, porque isso aqui é muito desgastante. Comecei a ter um monte de coisas que não tinha; tive problema de coluna, já tive diverticulite e várias coisas que vejo como um sinal.”

Perguntado então se o São Paulo pode ser seu último clube, ele disse que sim, com um tom de torcida para que isso ocorra.

“Pode ser que seja sim. Recebo muitos convites para ir para fora do país, mas não mexe comigo. Não tenho ambição, sou muito feliz aqui. Tomara que acabe aqui no São Paulo”, afirmou Muricy, que também comentou sobre renovação com o clube. “Dessa vez não deu nem para discutir (risos) Foi muito rápido, não seria muito legal da minha parte pensar em contrato. Nunca tive problema para renovar com o São Paulo, e acho que dessa vez não vai ser diferente.”

Sobre este final de ano e as expectativas para a próxima temporada, Muricy garantiu que vai colocar suas opiniões na mesa para ajudar nas contratações do clube tricolor, e voltou a dizer que gostaria de ver Rogério Ceni esticando sua carreira por mais algum tempo.

“Quem sai não me importa muito, mas tenho de dar opinião de quem chega, senão não adianta. De que serve se a diretoria chegar e me dizer que vai contratar um jogador? Vai trabalhar com eles ou comigo? Sou eu que tenho de concordar ou não e vou opinar”, disse ele.

“Percebemos que o Rogério está mais aliviado e mais feliz com o momento do clube, antes ele estava tenso como todos. Agora pode ser que ele pense diferente. Sou amigo particular dele, mas é uma situação profissional e cabe a ele decidir. Ele sabe o que penso, mas sou muito frio para analisar. Acho que ele está num momento físico muito bom para agarrar – porque eu não confundo com essa história de bater pênalti. Ele, como goleiro, está muito bem”, concluiu.