Fraude na saúde de Campo Grande é motivo de ‘chacota’ no Facebook

Os últimos incidentes que levaram a Operação Sangue Frio da Polícia Federal nos hospitais de Campo Grande estão virando chacota das redes sociais. Usuários fizeram uma montagem com a foto do ator Mateus Solano, que interpreta na novela global Amor a Vida, o personagem Félix que tenta fraudar o hospital da própria família.

A postagem tem diversos comentários e mais de 100 compartilhamentos. Além de chacota, a montagem fotográfica é uma forma da população criticar aos responsáveis por fiscalizar a saúde de Campo Grande e de todo o Estado.

“Bem mais fácil!!! E sem punição”, protesta uma usuária do FB. Outros dizem: “Bem assim mesmo”, “V.E.R.G.O.N.H.A p/ nós sul-mato-grossenses!!!”, “Seria cômico se não fosse trágico”, e por ai segue.

Outros protestos

Outro motivo de piada na rede social foi a abertura da CPI da saúde pelo vereador Flávio César (PTdoB). Uma foto no Facebook mostrava o vereador, ex-lider de Nelsinho Trad (PMDB) na Casa de Leis, em conversa com o ex-prefeito.

Na foto aparecia escrito: : “Padrinho, você viu que eu ganhei uma CPI?”, e o ex-prefeito respondendo, “ganhamos, querido…GANHAMOS”.

A crítica foi postada após a instauração de uma CPI para investigar o Hospital do Câncer e Universitário. Isso porque a comissão que tem como função principal apurar as irregularidades nos dois hospitais e desvio de dinheiro público foi formada por integrantes da base aliada do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e do governador André Puccinelli (PMDB). Os desvios, segundo as denúncias, teriam acontecido na gestão de Nelsinho.

Operação Sangue Frio

A Operação Sangue Frio da Polícia Federal foi deflagrada em março para apurar desvios de recursos do SUS nos hospitais Universitário da UFMS e do Câncer, em Campo Grande. Um efetivo de mais de cem homens cumpriu mandados de busca e apreensão em casa, escritórios, hospitais e clínicas terceirizadas.

Segundo o superintendente da PF, Edgar Paulo Marcon, o foco da investigação é o desvio de dinheiro do SUS, mas outros inquéritos podem ser abertos após a análise dos documentos. “Se forem encontrados outros crimes, serão abertos quantos inquéritos sejam necessários”, afirma. Marcon disse ainda que além de documentos, interceptações telefônicas autorizadas judicialmente foram utilizadas na construção de provas. p>Conforme informação do superintendente, há provas suficientes para a condenação dos envolvidos. Os crimes investigados são: fraude em licitação, superfaturamento, corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha.

O Ministério da Saúde instaurou uma Força Tarefa que está realizando auditorias nos hospitais e a PF e CGU (Controladoria Geral da União) apuração nos documentos apreendidos.