Em depoimento na tarde desta quinta-feira (15), durante a CPI da Saúde na Assembleia Legislativa, o deputado Lauro Davi (PSB), questionou o ex-secretário municipal de saúde , sobre os aceleradores lineares (aparelho de radioterapia), que poderiam ser cedidos a hospitais da Capital.

O caso veio à tona após escutas telefônicas da Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, onde aparecem a ex-secretária de saúde de MS, Beatriz Dobashi e o ex-diretor do Hospital Regional Ronaldo Perches, a respeito da suposta recusa de diretores de hospitais públicos, para o recebimento dos aparelhos, com o objetivo de beneficiar a rede particular.

De acordo com Mazina, o interesse de pleitear os aparelhos lineares teriam de partir do próprio Hospital Regional e Universitário junto ao Ministério da Saúde. A respeito da Santa Casa, o ex-secretário disse que o hospital não tem como foco o tratamento de câncer.

Hoje a Santa Casa faz o tratamento por meio da NeoRad, onde o médico Adalberto Siufi é sócio. Siufi, que é ex-diretor do Hospital do Câncer de Campo Grande, é apontado na operação da PF por supostos desvios de recurso público do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda de acordo com Mazina, a Santa Casa está refém da empresa Neorad por não possuir o aparelho. Questionado por deputados, sobre a possibilidade de aquisição junto ao Ministério da Saúde, Leandro Mazina diz que aguardava uma licitação junto ao Ministério da Saúde e que o procedimento não é algo “informal”.

De acordo o deputado Amarldo Cruz, o ex-secretário está em contradição em relação aos depoimentos do atual secretário de saúde Ivandro Fonseca. Ainda segundo ele muita coisa tem de ser questionada, pois se trata de um dos depoimentos mais importantes da CPI.

Na CPI, Mazina também admitiu ter ciência de algumas irregularidades, como por exemplo a lotação de hospitais, como foi especificado em relatórios do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus).