Dólar avança 0,71% ante real, de olho em rolagem de swaps e China
O dólar fechou em forte alta ante o real nesta quarta-feira, impulsionado por expectativas de que o Banco Central não irá rolar todos os contratos de swap cambial com vencimento em 1o de novembro e por preocupações sobre uma política monetária mais restritiva na China. O dólar avançou 0,71 por cento, a 2,1869 reais na […]
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O dólar fechou em forte alta ante o real nesta quarta-feira, impulsionado por expectativas de que o Banco Central não irá rolar todos os contratos de swap cambial com vencimento em 1o de novembro e por preocupações sobre uma política monetária mais restritiva na China.
O dólar avançou 0,71 por cento, a 2,1869 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em 1,7 bilhão de dólares.
Na última hora do pregão, a divisa norte-americana acelerou a alta e chegou perto de 1 por cento, reagindo a algumas operações pontuais de saída de dólares, segundo o operador de um banco internacional.
O BC realizou neste pregão o segundo leilão de swap cambial tradicional para a rolagem de contratos que vencem no dia 1º de novembro. Assim como na sessão anterior, foram vendidos 20 mil contratos distribuídos entre os vencimentos em 1º de julho de 2014 e 1º de outubro de 2014.
Com as duas vendas, o BC rolou o equivalente a 1,975 bilhão de dólares, ou 22 por cento dos 8,87 bilhões de dólares em swaps que vencem no começo de novembro.
“A rolagem é pouca. Se o BC não rolar tudo, o dólar vai subir, podendo chegar a 2,20 reais. E essa é a dúvida com que o mercado trabalha: ele vai rolar até quanto?” afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.
O BC anunciou que a rolagem dos contratos que vencem em novembro ocorreria em três dias. Isso significa que, para rolar todos, a autoridade monetária teria que ofertar 6,9 bilhões de dólares em swaps na quinta-feira, ou cerca de 140 mil contratos.
Após o fechamento dos negócios, o BC confirmou as expectativas do mercado de que não rolaria a totalidade dos swaps que vencem em novembro ao anunciar para quinta-feira o terceiro e último leilão de swap tradicional para rolagem, ofertando novamente até 20 mil contratos.
Especialistas acreditam que o BC não deve rolar todos os contratos de swap tradicional que vencem em novembro, atento ao impacto que a depreciação do dólar ante o real pode ter sobre a atividade econômica e indicando ao mercado que sua referência é o patamar de 2,20 reais.
“Eu acho que o BC vai rolar metade (do vencimento), porque é verdade que este dólar muito deprimido ajuda no combate da inflação, mas por outro lado pode provocar a contração dos fluxos de recursos”, acrescentou.
Dados do BC divulgados nesta quarta-feira mostraram que o Brasil registrou saída líquida de 140 milhões de dólares na semana passada, desacelerando bastante em comparação ao déficit visto entre os dias 7 e 11 passados, de 2,129 bilhões de dólares.
Mais cedo, o BC deu mais um passo em seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, com a venda de mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 5 de março de 2014 e 9 mil contratos com vencimento em 1º de julho de 2014. O volume financeiro equivalente das operações foi de 495,3 milhões de dólares.
No fim do dia, a autoridade monetária anunciou para quinta-feira o próximo leilão de swap tradicional previsto pelo cronograma de atuações diárias, com as mesmas condições do realizado nesta sessão.
CHINA VOLTA A PREOCUPAR
No cenário externo, sinais de um possível aperto monetário na China aumentavam a pressão sobre moedas de países emergentes em geral. Ante o peso mexicano, por exemplo, o dólar subia quase 1 por cento no final desta tarde.
Na terça-feira, um conselheiro de política do Banco do Povo da China, banco central do país, disse que a autoridade pode apertar as condições de crédito no sistema financeiro para lidar com os riscos de inflação. Além disso, o BC chinês deixou de oferecer liquidez no mercados de dinheiro pelo segundo dia seguido.
“Como o BC chinês pode reduzir a injeção de liquidez, as taxas interbancárias vão subir, fazendo com que os investidores avaliem que o banco está querendo diminuir os estímulos no mercado. Isso favoreceria um menor crescimento da economia chinesa e, consequentemente, afetaria os países com estreita relação com a China”, explicou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
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