CPI confirma contrato milionário de limpeza no HRMS e desmente depoimento de Perches

Perches disse na oitiva do último dia 8 que o valor não era esse, mas sim em torno de, no máximo, R$ 7 milhões

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Perches disse na oitiva do último dia 8 que o valor não era esse, mas sim em torno de, no máximo, R$ 7 milhões

Após o ex-diretor do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Perches Queiroz, dizer em oitiva que desconhecia o contrato de mais de R$ 15 milhões com uma empresa prestadora de serviços para 60 funcionários de limpeza na unidade, a CPI da Saúde da Assembleia Legislativa foi ao hospital e descobriu que o contrato existe e é verdadeiro.

Perches disse na oitiva do último dia 8 que o valor não era esse, mas sim em torno de, no máximo, R$ 7 milhões. Apesar de não reconhecer o contrato e ainda insinuar que os parlamentares tivessem errado na conta, o gestor afastado da unidade reconheceu a própria assinatura no documento.

De acordo com o que o deputado estadual e presidente da CPI, Amarildo Cruz (PT), publicou na manhã deste sábado (13) em sua página do Facebook, a equipe técnica da Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde da Assembleia Legislativa esteve essa semana no Hospital Regional para analisar a veracidade dos contratos entre a entidade.

O valor inicial do pagamento era de R$ 6.840.000,00 (seis milhões, oitocentos e quarenta mil), e hoje chega R$ 15.060.000.00 (quinze milhões e sessenta mil reais) por ano, o que representou um acréscimo na ordem de 130% em dois anos.

Porém, ficou comprovado pela equipe técnica da CPI da Saúde em MS que a cópia remetida aos deputados é verdadeira, e, inclusive, consta com a assinatura do ex-gestor avalizando todos os repasses para a empresa responsável pela limpeza. “Temos a preocupação de manter a transparência, o que ficou comprovado na análise desse contrato de limpeza. Verificamos a veracidade desse documento que também será anexado nos relatórios da CPI”, comentou o presidente da CPI.

Conforme o presidente da CPI da Saúde em MS, deputado estadual Amarildo Cruz, os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito têm a preocupação de que todos os documentos sejam analisados. “Estamos na fase de perícia e analisamos toda a documentação com o máximo de responsabilidade”, finalizou.

CPI da Saúde em MS

A CPI da Saúde em MS foi criada no dia 23 de maio deste ano. Os parlamentares querem saber como estão sendo feitos os repasses dos recursos do SUS para unidades hospitalares de Campo Grande, Corumbá, Paranaíba, Dourados, Três Lagoas, Jardim, Coxim, Aquidauana, Nova Andradina, Ponta Porã e Naviraí. A investigação apura os repasses e convênios feitos nesses municípios nos últimos cinco anos.

A CPI da Saúde em MS já colheu depoimentos da ex-secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, do secretário municipal de Saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca, do presidente da Santa Casa da Capital, Wilson Teslenco, dos ex-diretores do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa, e do Hospital Regional de Campo Grande, Ronaldo Perches Queiroz, além de gestores e conselheiros municipais de saúde nas cidades de Dourados, Coxim e Aquidauana.

A Comissão Parlamentar de Inquérito tem 120 dias para apurar as possíveis irregularidades, podendo ser prorrogada por mais dois meses e é composta pelos deputados Amarildo Cruz – presidente, Lauro Davi (PSB) – vice-presidente, Junior Mochi (PMDB) – relator, Mauricio Picarelli (PMDB) – vice-relator e Onevan de Matos (PSDB) – membro.

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