Há três dias, a Itália foi eliminada na semifinal da Copa das Confederações pela Espanha ao falhar na decisão por pênaltis. Neste domingo, a equipe superou o cansaço e o “trauma” recente para ficar com a terceira colocação da competição. Depois de empatar por 2 a 2 no tempo normal e ainda perder Montolivo, expulso, na prorrogação, a Itália venceu o Uruguai nas penalidades, fazendo 3 a 2 após show de Buffon.

A vitória italiana lava a alma de uma equipe desgastada. Segundo colocada no Grupo B – derrotada apenas pelo Brasil -, enfrentou maratona na semifinal e acabou derrotada pela Espanha nos pênaltis, após 0 a 0 no tempo normal. Neste domingo, jogou sem importantes atletas como Balotelli, cortado por lesão, e Pirlo, sem condições físicas. E mesmo assim conseguiu a vitória.

Na decisão por pênaltis, Buffon brilhou ao pegar três tentativas – de Forlán, logo na primeira cobrança; de Cáceres e Gargano. Só não segurou os chutes de Cavani e Suárez. Já os italianos viram o erro de De Sciglio, mas a eficiência apresentada por Aquilani, El Shaarawy e Giaccherini foi suficiente para que a vitória fosse confirmada em Salvador.

O temor de que o calor baiano fosse capaz de prejudicar o espetáculo na Arena Fonte Nova – principalmente para os italianos, que foram eliminados nos pênaltis após desgastante partida contra a Espanha na semifinal – se mostrou irreal. A temperatura em Salvador foi agradável durante o confronto, e as equipes conseguiram desempenhar bem o futebol desde o primeiro tempo. Foram boas chances, mas apenas um gol.

A Itália abriu o placar. Aos 24min, Diamanti cobrou falta pela direita do ataque e surpreendeu: a bola cruzou a área e explodiu na trave oposta, para depois bater no rosto do goleiro Muslera e entrar no gol; em cima da linha, apenas para garantir, Astori empurrou para dentro para confirmar o gol. Antes disso, os uruguaios é que levavam mais perigo. E ainda criariam boas oportunidades até o intervalo.

Aos 28min, por exemplo, Suárez recebeu lançamento pela direita e bateu cruzado, mas Buffon espalmou. Depois, aos 32min, Cavani empatou completando cobrança de falta de Forlán, mas o jogador acabou pego em posição irregular, e o lance acabou anulado. Aos 38min, mais uma vez Buffon salvou, defendendo chute de Maxi Pereira após bonito giro sobre a marcação italiana dentro da área.

Na melhor oportunidade dos europeus, El Shaarawy foi lançado, aproveitou falha de Gargano, invadiu a área e tocou na saída de Muslera, mas Godín fez bem a cobertura e evitou o segundo gol. No segundo tempo, o Uruguai aumentou o ritmo e conseguiu o empate. O gol saiu aos 13min, quando Gargano puxou ataque veloz e, na entrada da área, rolou à esquerda para a batida de primeira de Cavani.

O time sul-americano manteve o domínio da partida e só não virou aos 23min porque o goleiro Buffon fez duas grandes defesas: primeiro rebateu chute de Forlán, já dentro da área; no rebote, o próprio atacante bateu com força, mas o italiano esticou o pé e salvou. Apesar da pressão uruguaia, a precisão salvou o adversário europeu. Aos 28min, Diamanti mais uma vez cobrou falta com efeito e desempatou o jogo.

Curiosamente, o Uruguai empatou mais uma vez usando a mesma arma. Aos 33min, Cavani fez seu segundo gol ao bater falta da entrada da área; a bola não foi no ângulo nem tão alta, mas Buffon demorou a reagir e não alcançou, permitindo o empate. Os italianos sofreram nos minutos finais, demonstrando cansaço, mas conseguiram segurar a partida e leva-la à segunda prorrogação em menos de uma semana.

No tempo extra, o cansaço pesou, e os times tiveram dificuldade de criar boas chances. Aos 5min da segunda etapa, a Itália ainda perdeu um jogador, quando Montolivo fez falta dura em Suárez, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso. Enquanto a torcida já abria mão da partida para exaltar os times locais – Bahia e Vitória -, o confronto se encaminhou para a disputa por pênaltis.

Forlán, que já desperdiçara cobrança no tempo normal contra o Brasil, na semifinal, errou logo a primeira batida na série: Buffon pegou seu chute fraco e quase rasteiro no meio do gol. De Sciglio perdeu a terceira cobrança italiana – Muslera defendeu -, mas Cáceres fez o mesmo logo na sequência. Buffon defendeu pela terceira vez na batida de Gargano para definir a vitória europeia.