Bebê é salvo por cirurgia inédita na Região Norte
Três dias depois de seu nascimento, ocorrido em 28 de agosto de 2012, o bebê Felipe Gabriel da Costa, hoje com quatro meses de idade, passou por um procedimento inédito na Região Norte, feito no Hospital Adventista de Manaus. Diagnosticado com Síndrome de Hipoplasia de Ventrículo Esquerdo (SHVE), ainda no ventre da mãe, ele teve […]
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Três dias depois de seu nascimento, ocorrido em 28 de agosto de 2012, o bebê Felipe Gabriel da Costa, hoje com quatro meses de idade, passou por um procedimento inédito na Região Norte, feito no Hospital Adventista de Manaus.
Diagnosticado com Síndrome de Hipoplasia de Ventrículo Esquerdo (SHVE), ainda no ventre da mãe, ele teve que ser submetido à Cirurgia de Norwood, procedimento complexo que consiste na reconstrução de uma nova aorta, principal artéria do corpo, e que também cria um desvio de sangue para os pulmões através do ventrículo direito, neste caso, o único ventrículo funcionante. Sem isso, a criança morreria em poucos dias.
Realizado por uma equipe comandada pelos cirurgiões Silas Fernandes Avelar (chefe da equipe), Antônio Osman da Silva e Fausto Santos, a parada circulatória total da cirurgia durou 38 minutos, tempo suficiente para evitar danos à criança devido ao fato do bebê ser resfriado, com o auxílio de um dispositivo de circulação extracorpórea, a 18 graus Celsius e ter paralisada toda a circulação corpórea.
A síndrome é uma cardiopatia congênita grave, detectada por meio de ecocardiograma fetal, explicaram os médicos. A criança fica roxa porque o sangue não oxigenado, que flui do ventrículo direito, comunica anormalmente direto a aorta, e esta conduz o sangue “pobre” em oxigênio aos órgãos vitais. Além disso, não ocorre o desenvolvimento do ventrículo esquerdo, que gera a força motriz da circulação sistêmica, e a circulação sanguínea passa a depender de um único ventrículo. “É uma situação muito grave, que pode levar o paciente à morte rapidamente”, explicou Silas.
Tratamento
O tratamento é feito em três etapas, sendo o primeiro procedimento – a cirurgia de Norwood – a mais crítica por exigir intervenções mais complexas que num transplante de coração. Essa cirurgia liga o ventrículo direito com a aorta para dar passagem ao sangue arterial por meio da reconstrução de uma nova aorta através de um remendo retirado do pericárdio da criança.
Além disso, usa-se um tubo de 5mm de material sintético, então é feita uma abertura do lado direito do coração, onde esse tubo é colocado, ligando a artéria do pulmão, explicam os médicos. Em seguida, os médicos começam a aquecer o sangue e, quando chega na temperatura de 36,5 graus Centígrados, a criança retoma os batimentos cardíacos.
Depois, antes de o bebê completar um ano de idade, é feita a cirurgia de Glenn, que vai tirar o tubo de BPFE e fazer uma a conexão direta entre a veia cava superior e a artéria pulmonar, desviando a metade do sangue venoso diretamente para os pulmões, sem assistência do ventrículo. A terceira intervenção será a cirurgia de Fontan, que deverá ser feita antes dos 10 anos de idade, conforme o caso, com o objetivo de conectar a veia cava inferior à artéria pulmonar através de um canal.
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