Bar temático em mostra de decoração leva clientes a viagem entre o céu e o inferno

Logo na entrada é preciso se abaixar para entrar, a fenda na parede que dá acesso ao purgatório é pequena. E mesmo quem tem pouca estatura precisa abaixar a cabeça e dar reverência à figura que segue: um quadro com a imagem de Jesus Cristo. O canto gregoriano ajuda os visitantes a entrarem no clima […]

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Logo na entrada é preciso se abaixar para entrar, a fenda na parede que dá acesso ao purgatório é pequena. E mesmo quem tem pouca estatura precisa abaixar a cabeça e dar reverência à figura que segue: um quadro com a imagem de Jesus Cristo.

O canto gregoriano ajuda os visitantes a entrarem no clima e entenderem todo o simbolismo de céu e inferno, que o arquiteto Luís Pedro Scalise quis mostrar ao revitalizar o restaurante e o bar do Rádio Clube Cidade para a mostra de decoração.

Como sempre, o exagero e a excentricidade das obras de Scalise fazem o público parar, olhar e reolhar cada detalhe, cada cena que foi pensada minimamente para compor o ambiente.

Scalise conta que, ao ser convidado para participar da Mostra, não tinha a menor ideia do que iria propor. Sabia apenas que o restaurante era o espaço reservado para ele. Ao conhecer o local, ficou preocupado com o que colocaria na escada que desce para o bar. “Perguntei para a Iara (Diniz – diretora da Mostra) quem ficaria com a escada: eu ou o arquiteto que faria o bar, que fica no inferninho (refere-se dessa maneira porque o bar é subterrâneo). E ela me disse: oras, você. Os dois ambientes são seus”.

“Na hora até assustei, porque estou cheio de projetos e achava que não daria tempo de criar. Mas, ao falar “inferninho”, me deu um insight, ali já imaginei como tudo poderia ser e aceitei o desafio”, revela.

Um desafio e tanto. O céu mais parece cenário de cinema. Para criar as nuvens, Scalise colocou 25 mil guardanapos de papel revestindo o teto. O resultado é surpreendente e parece algodão-doce no teto.

Numa atmosfera onde tudo é branco e azul, as mesas com tampão de espelho refletem a harmonia que o arquiteto quis criar. Um piano de calda, todo plotado com nuvens, e o banquinho com asas de anjo finalizam a proposta.

Depois de uma refeição no céu, é hora de ir ao inferno, e já descendo as escadas, a atmosfera muda. A iluminação cai, e castiçais com velas derretidas dão a sensação de que o tempo ali está passando e de que algo oculto lhe espera.

Ao chegar, uma mulher deitada em uma banheira mostra a luxúria do lugar. Em cada detalhe, um dos setes pecados capitais é retratado. Nos alimentos, a gula; nas imagens, a ira; nos dólares dos bolsos das calças que compõem o painel, a cobiça; nas almofadas e travesseiros, frases representam a preguiça; nos cadeados e nas correntes, a avareza e, por fim, a inveja, que faz os olhos gritarem em tudo que é visto.

Para conhecer o local, é preciso visitar a Mostra Morar Mais por Menos, que está aberta ao público a partir de hoje (7) e vai até 15 de dezembro. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 16h às 22 h. O telefone para contato é 3304-8500.

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