Poucas horas depois de a Coreia do Norte anunciar que estava em “estado de guerra” com seu vizinho do sul, países europeus pediram cautela aos governos asiáticos. Parte deles também advertiu que Pyongyang deverá se isolar politicamente se der continuidade às “provocações retóricas” contra os sul-coreanos e os Estados Unidos.

“É especialmente preocupante que a Coreia do Norte tenha voltado a ameaçar diretamente com uma ação militar os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Esperamos que haja calma para evitar qualquer erro de cálculo, agora que estão sendo realizados exercícios militares em ambos os lados da fronteira”, afirmaram fontes da UE (União Europeia) à Agência Efe.

A decisão do governo norte-coreano foi uma resposta aos exercícios militares que Estados Unidos e Coreia do Sul realizam próximo à região fronteiriça, que foram classificados pelos comunistas como uma violação à sua soberania. Depois de sofrer novas sanções pela ONU em fevereiro, a medida que foi considerada a gota d´água pelo presidente Kim Jong-un foi o envio, por parte de Washington, de dois bombardeiros B-2 Spirit à Coreia do Sul, com tecnologia furtiva para penetrar defesas antiaéreas e descarregar bombas convencionais e nucleares.

Neste sábado, a UE também pediu para a Coreia do Norte “escolher um caminho diferente, se abster de mais provocações e acatar as resoluções das Nações Unidas”.

A Rússia, por meio do seu chanceler Grigori Logvinov , disse esperar “que todas as partes agirão com a máxima responsabilidade e que ninguém cruzará o ponto de não retorno”.

A França, por sua vez, manifestou sua “profunda preocupação pela situação na península coreana” e pediu que Pyongyang cumpra suas “obrigações internacionais”.

Londres emitiu uma mensagem semelhante à francesa e indicou que a melhor maneira de a Coreia do Norte atingir seus objetivos é adotar um “compromisso construtivo com a comunidade internacional”.

Os Estados Unidos não se pronunciaram sobre a declaração norte-coreana. Um dia antes do anúncio de “estado de guerra”, porém, o governo de Barack Obama afirmou que estava pronto para se defender, assim como o seu aliado Coreia do Sul.