Ações do Dia Mundial da Alimentação buscam reduzir obesidade em Campo Grande

Acadêmicos e professores do curso de nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizam até o fim da tarde desta quarta-feira (16) no calçadão da Barão do Rio Branco, o Dia Mundial da Alimentação em Campo Grande. O desafio deles é grande, lutar contra a alimentação industrializada, mais barata e de fácil […]

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Acadêmicos e professores do curso de nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizam até o fim da tarde desta quarta-feira (16) no calçadão da Barão do Rio Branco, o Dia Mundial da Alimentação em Campo Grande. O desafio deles é grande, lutar contra a alimentação industrializada, mais barata e de fácil acesso, que causa a obesidade.

Em pesquisa feita pelo Ministério da Saúde publicada no final de agosto deste ano, foi constatado que Campo Grande é a capital com maior porcentagem de sobrepeso do país. 51% da população brasileira adulta tem excesso de peso. Campo Grande tem percentual de 56%. Sobrepeso é quando a pessoa está entre 4 até 8 quilos acima do ideal.

A intenção do evento é conscientizar a população para o consumo de alimentos saudáveis e tirar a capital do topo do sobrepeso. A campanha “cinco frutas de cores diferentes por dia” e de consumo de legumes e vegetais são exemplos de dicas dadas pelos especialistas. Nutricionistas e acadêmicos estão tirando o IMC (Indíce de Massa Corpórea) das pessoas, para checar se o peso está ideal.

Exposição de diversos alimentos industrializados com muito sal e açúcar mostravam o tanto de riscos que eles trazem. Um pacote de miojo, de 85g, tem 15g de gordura e 369 kcal. O vencedor foi o pacote de bolacha, que pesa 165g, tem 48g de gordura e 877,8 kcal. Na batalha do açúcar, a Coca-cola, com 37g, venceu o Todynho, com 32g.

Os acadêmicos preparam bolos de frutos do cerrado (bocaiúva e jenipapo) para o público presente comer e avaliar o sabor. Os frutos contêm vitaminas A e C, além de cálcio e propriedades nutritivas. “Os frutos do cerrado têm sabor diferente e fazem parte da cultura do estado”, declarou a professora Giovana Pegolo. Seu Janésio Medeiros, 79, saiu parabenizando as futuras nutricionistas. “Muito bom, nunca tinha comido assim, em bolo, achei delicioso”.

A ABREC-MS (Associação Beneficente dos Renais Crônicos) também está presente fazendo campanha de prevenção da doença, que segundo a nutricionista Jennyfer Balbuena, a população desconhece. “Estamos passando orientações e restrições. A alimentação é totalmente importante em alguns estágios do tratamento da doença” explicou.

A nutricionista informou que quem tem a doença precisa restringir os líquidos durante o tratamento e não pode comer carambola. “A carambola pode matar, ela libera uma toxina que pode causar convulsões e levar a óbito” conta.

Adversários

De acordo com Giovana, o evento é uma vivência para os acadêmicos de nutrição. “É preciso estimulá-los a falar com o público na linguagem dele, tentar entender o motivo das pessoas se alimentarem”. A reportagem acompanhou exemplos da situação.

Waldemir Poppe, zootecnista de 65 anos, questionava a acadêmica Larissa Cáceres. “O profissional da saúde tem que falar de forma mais simples com a população, não entendemos termos técnicos”, reclamava. A acadêmica respondeu que é o grande desafio dos profissionais.

O zootecnista reclamou das comidas integrais. “Não tenho dinheiro nem para comprar o pão normal, que dirá o integral que é seis, sete reais. O arroz integral também é mais caro”. Larissa explicou a Waldemir que o arroz branco polido com feijão é saudável também.

Vilmar Monteiro, 46, serralheiro, que acompanhava o Dia Mundial da Alimentação admite que come mal. “É muita correria, não tenho tempo”, explica. O serralheiro reclamou das comidas integrais: “não tem gosto de nada”. Apesar de estar ciente que come mal, ele se considera saudável. “Estou bem, mas se eu for ao médico ele me condena”, disse aos risos.

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