Vaticano processará responsáveis por vazamento de documentos
O Vaticano anunciou neste sábado que levará à Justiça os autores do vazamento de documentos reservados e cartas confidenciais ao papa Bento XVI e outras autoridades da Santa Sé, cuja publicação classificou como “ato criminoso”. “A nova publicação de documentos privados do Santo Padre e da Santa Sé não é somente difamatória, mas assume claramente […]
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“A nova publicação de documentos privados do Santo Padre e da Santa Sé não é somente difamatória, mas assume claramente o caráter de um ato criminoso”, informa o Escritório de Imprensa vaticana em comunicado, após o lançamento na Itália do livro “Sua Santità” (Vossa Santidade), do jornalista Gianluigi Nuzzi, com novos textos que revelam tramas e intrigas no Vaticano.
Na nota, o Vaticano afirma que o vazamento violou os direitos pessoais de privacidade e liberdade de correspondência de Bento XVI, seus colaboradores e as pessoas que lhe enviaram as mensagens.
O comunicado indica ainda que a Santa Sé continuará investigando “sobre esses atos de violação da privacidade” do pontífice, como pessoa e também como Autoridade Suprema da Igreja Católica e do Estado da Cidade do Vaticano.
“A Santa Sé dará os passos oportunos para que os autores do roubo, da chantagem e da divulgação de notícias secretas, assim como do uso comercial de documentos privados, ilegitimamente obtidos, respondam seus atos na Justiça”, ressalta. O Vaticano não descarta, “se necessário”, pedir a colaboração internacional para investigar o incidente.
O livro “Sua Santità” compila uma centena de documentos reservados e cartas confidenciais ao papa e a seu secretário sobre temas como a cessação da violência anunciada pela organização terrorista ETA em outubro de 2011 e a cobertura que se deu no Vaticano ao fundador dos Legionários de Cristo, o falecido sacerdote mexicano Marcial Maciel, afastado de suas funções por Bento XVI devido ao escândalo que o envolveu por pedofilia.
Outros documentos se referem a “notas reservadas” sobre o presidente italiano, Giorgio Napolitano, prévias a um encontro que o líder manteve com o papa, e relatórios confidenciais relativos à defesa do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi no caso Ruby sobre suposta prostituição de menores.
O livro chega a revelar inclusive o número de conta aberta por Bento XVI no IOR, o banco vaticano, no dia 10 de outubro de 2007.
Estes novos documentos se somam aos publicados recentemente pela imprensa italiana, entre eles uma carta enviada ao papa pelo atual núncio apostólico nos EUA, arcebispo Carlo Maria Vigano, que alertava sobre a “corrupção, prevaricação e má gestão” na administração vaticana.
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