Projeto Biomas começa a ser implantado no Pantanal
Rico em espécies da fauna e da flora, o Pantanal é o destino dos pesquisadores do Projeto Biomas nesta primeira semana de outubro. O objetivo é selecionar propriedades rurais que representem o Pantanal para a implantação do projeto. O ponto de partida foi o município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que faz divisa […]
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Rico em espécies da fauna e da flora, o Pantanal é o destino dos pesquisadores do Projeto Biomas nesta primeira semana de outubro. O objetivo é selecionar propriedades rurais que representem o Pantanal para a implantação do projeto. O ponto de partida foi o município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que faz divisa com o Paraguai e a Bolívia. Conhecida como a Capital do Pantanal, o município possui 60% do bioma.
A equipe iniciou os trabalhos na região da Nhecolândia, cerca de 150 km a Oeste do centro de Corumbá, analisando o solo, a relação com a vegetação e a água, em duas propriedades do Pantanal. A primeira, um ambiente natural e preservado e, a segunda, um local que sofreu mudanças causadas pela exploração da pecuária. “Estamos procurando ambientes que tragam características físicas, com diversidade biológica para implantar um sistema de conservação e preservação desses diferentes locais”, explica o coordenador nacional do Projeto Biomas, Gustavo Curcio, doutor em Engenharia Florestal.
No ambiente natural preservado a paisagem é diversificada. A inclinação gradual do terreno proporciona o avanço das águas das lagoas, conhecidas como baias, influenciando diretamente na vegetação, mesmo em poucos metros. Próxima a essas lagoas, onde o solo é mais úmido, formam-se pastos naturais, característica que atraiu a pecuária para a região. Afastando-se das baias, de acordo com as caracteristicas dos solos, há uma mudança da vegetação, passando dos campos úmidos para o Cerrado ou Cerradão, sobre as cordilheiras. “O que nos interessa é entender como a árvore está distribuída na paisagem. O objetivo do projeto é abordar as árvores como um fator central dentro da propriedade, seja para recomposição, uso local ou econômico”, explica o mestre em Ciência da Vida Selvagem, Walfrido Tomas, do laboratório da Vida Selvagem da Embrapa Pantanal.
Na área que sofreu alteração pela pecuária foi possível verificar que a vegetação de campo foi ampliada, diminuindo a incidência do Cerrado. “O que era um ambiente complexo se tornou simplificado e nisso se perde a diversidade de espécies. Quando se altera um local, reduz-se, por exemplo, madeira, importante para o ambiente e para a economia”, explica Tomas.
Nos próximos dias, a equipe do Projeto Biomas, formada também pelos coordenadores Annete Bonnet, doutora em Engenharia Florestal, e Alexandre Uhlmann, doutor em Botânica, continuará as visitas às propriedades rurais. O trabalho será focado na identificação do local que possui as melhores características para a implantação do projeto.
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