Piscicultores começam a debater organização do setor em Dourados
Pelo menos 30 piscicultores de Dourados e região iniciaram uma ação que pode resultar em significativos avanços para o setor. Organizados pela prefeitura através do Departamento de Agricultura da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, os produtores se reuniram inicialmente para discutir o abate do pescado, mas o assunto evoluiu para a produção também. Durante […]
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Pelo menos 30 piscicultores de Dourados e região iniciaram uma ação que pode resultar em significativos avanços para o setor. Organizados pela prefeitura através do Departamento de Agricultura da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, os produtores se reuniram inicialmente para discutir o abate do pescado, mas o assunto evoluiu para a produção também.
Durante a reunião, terça-feira de manhã no Departamento de Agricultura – coordenada pela secretária Neire Colman – foi levantado que os produtores que estavam presentes têm em torno de 50 toneladas de peixes prontas para abate. Porém, estima-se que esse montante chegue a 100 toneladas. Os produtores vão negociar o abate com o Frigorífico Douramar, de Dourados, regularizado com apoio da prefeitura.
Entretanto, foi discutida a necessidade de produção de forma comercial. Hoje os produtores criam os peixes como atividade secundária, com baixo aproveitamento dos tanques e pouca tecnologia. A produção comercial vai permitir o funcionamento escalonado dos frigoríficos e o abastecimento regular do mercado.
Organização Neire cobrou a necessidade de organização dos produtores, de forma que eles mesmos sejam agentes do seu negócio. “Nós queremos ser profissionais, queremos ganhar dinheiro? Então é preciso trabalhar com gestão profissional do negócio. Tem que estudar, tem que se dedicar”, aconselhou a secretária.
Já o diretor de Agricultura João Ferreira lembrou que a Prefeitura de Dourados está fazendo a parte dela, incentivando a produção. “Os produtores reclamavam que não tinha frigorífico. Nós concentramos em ajudar o projeto que estava mais adiantado, que é o Douramar. Agora vocês têm onde abater, é só se organizar”, afirmou.
Os produtores decidiram que vão se reunir todo mês para discutir os problemas da categoria. A próxima reunião está marcada para o dia 8, às 9h, no Departamento de Agricultura. O foco será a assistência técnica.
Muitos produtores confirmaram que não seguem um programa tecnológico na produção. Uma das propostas é que a Associpisco (uma associação de produtores voltada para a assistência técnica) assuma a assistência aos produtores. Há também a MS-Peixe uma cooperativa que reúne técnicos.
Marca Própria O diretor do Frigorífico Douramar, Domingos Marcante, sugeriu a criação de uma marca própria para o pescado da região, ideia que foi bem aceita pelos produtores. “Isso é muito bom; os clientes das grandes redes pagam mais caro pelo produto regional”, destacou a secretária Neire Colman.
Alguns produtores também reclamaram da qualidade dos alevinos produzidos na região, que não estão tendo rendimentos satisfatórios nos tanques e da questão do licenciamento ambiental. Esses assuntos serão discutidos na próxima reunião.
O produtor rural de Douradina, Cláudio Pradela, reafirmou a importância da organização da classe, até para poder receber recursos do ‘Plano Safra do Pescado’, lançado recentemente e que prevê investimento de R$ 4,1 bilhões. Os recursos serão liberados somente via entidade de classe ou cooperativa. “Agora é a nossa vez; ou nos unimos ou a coisa não decola”, afirmou.
A Prefeitura de Dourados vai adquirir boa parte da produção pelo sistema PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Cada produtor inscrito no programa pode fornecer até 700 quilos de pescado limpo. São 97 produtores inscritos, mas 20 deles ainda não assinaram a documentação e podem perder a oportunidade. Esse alimento vai para o programa de combate à fome do governo federal.
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