Morre, aos 105 anos, Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia

Morreu na manhã desta terça-feira (25), aos 105 anos, Dona Canô, figura ilustre da Bahia e mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia e da poetisa Mabel Veloso. Dona Canô havia sido internada no Hospital São Rafael, em Salvador, no dia 15 de dezembro após sofrer uma isquemia cerebral transitória. Em novembro, ela já […]

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Morreu na manhã desta terça-feira (25), aos 105 anos, Dona Canô, figura ilustre da Bahia e mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia e da poetisa Mabel Veloso. Dona Canô havia sido internada no Hospital São Rafael, em Salvador, no dia 15 de dezembro após sofrer uma isquemia cerebral transitória. Em novembro, ela já havia sido internada com uma infecção respiratória. Na sexta-feira (21), Dona Canô recebeu alta e foi para casa, em Santo Amaro da Purificação, onde estava sendo tratada por home care.

Dona Canô passou o Natal com a família, cercada pelos filhos e netos.
Nascida em 16 de setembro de 1907, Claudionor Viana Teles Cardoso se tornou a personalidade mais conhecida da cidade de Santo Amaro (antiga Santo Amaro da Purificação), a 72km de Salvador, e é considerada o símbolo da mãe baiana. Sua casa, na avenida Ferreira Bandeira, 179, é um dos pontos turísticos da cidade.
 
Mesmo sendo de uma família humilde, estudou no Colégio das Sacramentinas onde freqüentou aulas de francês e teatro. Em janeiro de 1931, casou-se com José Telles Veloso, o seu Zeca, telegrafista da Companhia de Correios e Telégrafos.
 
Dona Canô é mãe de oito filhos, Roberto José, Maria Isabel, Clara Maria, Rodrigo Antonio, Caetano Emanoel e Maria Bethânia, biológicos, além de Nicinha e Irene, adotadas. Na década de 40 começou a investir na carreira artística dos filhos, principalmente Caetano, que gravou o primeiro disco aos 10 anos de idade. Na década de 60 se mudou com o marido para Salvador, a fim de acompanhar a carreira dos filhos.
 
Quando Caetano foi exilado, no final da década de 60, ficou dois anos de meio sem vê-lo. Em 1984, voltou para a cidade de Santo Amaro, onde vive até hoje.
 
Benfeitorias

Dona Canô foi responsável por algumas melhorias na cidade de Santo Amaro: conseguiu restaurar a igreja matriz, que ficou fechada por três anos, depois de um pedido ao então governador Antônio Carlos Magalhães.
 
Já com o governador Paulo Souto, conseguiu que o projeto de limpeza do rio Subaé, que corta a cidade, fosse incluído no Projeto Bahia Azul de saneamento ambiental.
 
Homenagens

Dona Canô deu nome a um centro oftalmológico para pessoas carentes, além de uma ponte no aeroporto de Salvador, um teatro e uma biblioteca pública.
 
Também dá nome à canção Dona Canô, de Caetano Veloso, gravada por vários artistas, entre eles Maria Bethânia e Daniela Mercury.

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