Ministério diz que pesquisas na Antártica continuam, mas com redução

As pesquisas científicas feitas pelo Brasil na Antártica não serão interrompidas, mas podem sofrer redução. A afirmação é do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. “Na totalidade, [a pesquisa] não vai parar em momento algum. Vai diminuir. Parar não existe”, disse. Ele ressaltou ainda que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação […]

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As pesquisas científicas feitas pelo Brasil na Antártica não serão interrompidas, mas podem sofrer redução. A afirmação é do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. “Na totalidade, [a pesquisa] não vai parar em momento algum. Vai diminuir. Parar não existe”, disse.

Ele ressaltou ainda que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Defesa têm orçamentos conjugados no que diz respeito às atividades na Antártica. Raupp disse que cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação o desenvolvimento de programas científicos e ao Comando da Marinha a manutenção logística das operações.

O ministério vai ouvir pesquisadores de oito universidades e institutos, que desenvolvem projetos no continente, para avaliar a extensão e os prejuízos em relação às pesquisas em curso devido ao incêndio que atingiu a Estação Comandante Ferraz, no último dia 25.

O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Antonio Elias, responsável pelo detalhamento de R$ 1,4 bilhão, definido pela área econômica para a pasta, disse à Agência Brasil que os recursos para a pesquisa na Antártica estão “assegurados e não sofrerão contingenciamento”.

Para Raupp, a possibilidade inicial é que mais pesquisas na Antártica venham a ser descentralizadas – feitas fora da estação que será reconstruída. Atualmente um sistema semelhante ocorre com a execução do Módulo Criosfera 1, instalado em dezembro de 2011, que se refere às pesquisas sobre clima na região, operado por tecnologia. Raupp também considera como alternativa usar mais navios para dar apoio às pesquisas na Antártica, como as embarcações Ary Rangel, conhecido como Gigante Vermelho, e Almirante Maximiano.

“Por que não usá-los?”, reagiu o ministro, lembrando que o navio Almirante Maximiano já está na Antártica e funcionará como base provisória para as pesquisas brasileiras. Além disso, o comandante da Marinha, almirante de esquadra Júlio Moura Neto, confirmou a reconstrução da estação o mais rápido possível. No acidente, 70% da base brasileira de pesquisas foram queimados.

O comandante lamentou o acidente que também matou dois militares. “O acidente foi uma tragédia. O Programa Antártico tem 30 anos e a Estação Comandante Ferraz, 28 [anos]. O incêndio que destruiu a estação atingiu com muita força nosso programa antártico”, disse Moura Neto.

“Vamos agora encontrar soluções para prosseguir com os projetos de pesquisa para que, no próximo verão antártico, possamos retomar os trabalhos. Mas o que o comandante da Marinha do Brasil sente é a perda de dois homens, que são heróis”, completou.

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