O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a dizer nesta quarta-feira que os professores de instituições federais, em greve há dois meses, vão entender que “em tempos de crise cabe ao governo garantir o emprego de quem não é servidor público e não tem estabilidade”.

Após reunião no Conselho Nacional da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o ministro lembrou que as outras categorias do serviço público em greve ainda não tiveram proposta de aumento do governo, sugerindo que o reajuste dos professores é prioridade para o Executivo.

Sob orientação do Sindicato Nacional de Docentes de Ensino Superior (Andes), ao menos cinco universidades já rejeitaram a proposta de reajuste salarial entre 27% e 45%, escalonado em três anos, feita pelo governo na última sexta-feira. A Andes não informou quantas universidades votaram contra a proposta do governo, mas as federais de Maranhão, Piauí, São Paulo, Minas Gerais e do ABC divulgaram a recusa.

Mercadante se reuniu na tarde desta quarta-feira com 22 representantes dos 37 Institutos Federais de Ensino Técnico para saber a reação dessas instituições à proposta. Assim como ocorreu na terça-feira, em reunião com representantes das universidades federais, os institutos concentraram as demandas na reestruturação da carreira e nas reivindicações de técnicos administrativos, também paralisados.

O ministro afirmou, porém, que as demandas dos técnicos, representados pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), teriam impacto de R$ 17 bilhões nas contas públicas. “Sabemos que precisamos encontrar uma solução, mas ainda não temos resposta da área econômica”, disse Mercadante.

Na reunião, ficou acertado que o Conif apresentará, em até 90 dias, proposta com todas as suas demandas para a avaliação do governo.