Marcas investem e faturam no consumo das classes D e E em Campo Grande
Indústria de motos e alimentícia crescem com a propaganda feita corpo a corpo e até incentivada por novelas globais na capital de Mato Grosso do Sul
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Indústria de motos e alimentícia crescem com a propaganda feita corpo a corpo e até incentivada por novelas globais na capital de Mato Grosso do Sul
Uma empresa de motos não contava com a publicidade das “cinquentinhas” nas novelas globais. A personagem Nina, de “Avenida Brasil”, conquistou o gosto do público com a moto Retrô da Shineray. Distante das telas, mas sempre perto do público, a empresa sul-mato-grossense Bisukinho ganhou o gosto dos bairros e vende mais que picolés.
Ambas são marcas que faturam com as classes D e E. A empresa de motos, líder no segmento abaixo de cinqüenta cilindradas, surgiu há dez anos no País e há três em Mato Grosso do Sul, onde já tem cinco franquias.
Segundo o diretor da franquia em Campo Grande, José Antônio Moreira Alexandre, o aumento nas vendas é progressivo. “Nosso público é majoritariamente das classes D e E, contabilizando 80% do consumo”.
São pessoas que, antes de adquirir sua primeira moto, andavam de transporte coletivo ou de bicicleta e que agora preferem investir em torno de R$ 3 mil para ter independência e liberdade.
A moto que anda com a protagonista da novela, por exemplo, pode ser encontrada por preço equivalente a R$ 3.590 e é muito procurada pelas mulheres. A cozinheira aposentada Aparecida Pereira Brites conta que escolheu a moto por ser prática.
“Ela tem partida elétrica e não tem marchas. Minha filha está para fazer 18 anos, é um presente para ela também”. Aparecida comprou a moto com uma entrada de R$ 1.400 e dividiu o restante em dez vezes no cartão de crédito.
José Antônio Moreira explica que o parcelamento também pode ser feito pelo crediário próprio da loja e financiamento aprovado pela indústria de motos.
Sonho nordestino que virou sul-mato-grossense
Com investimento inicial de R$ 30 mil, a empresa Bisukinho, que fabrica um produto que é a mistura de sorvete com iogurte, produz atualmente cerca de 50 mil unidades diárias, distribuídas para todo Mato Grosso do Sul.
Diretor-geral da empresa, Adílson Pinto diz que tudo começou de um sonho. “Visitamos o nordeste e lá tem o Cremosinho. Trouxemos a ideia e tentamos fazer semelhante, mas deu errado. Vendemos do nosso jeito mesmo e foi um sucesso”, comemora.
Desde 2008, Adílson contou com o investimento de um empresário do Rio Grande do Sul e apoio de cinco funcionários. Hoje, trabalham diretamente com ele 45. “Fora os distribuidores no interior, que são mais de 100. Somente em Campo Grande, são 3.000 pontos de venda”.
E o empresário conta o segredo do sucesso: a propaganda porta a porta com os clientes e o relacionamento com os vendedores.
“Nós tomamos café da manhã juntos todos os dias, temos cursos motivacionais e incentivamos os melhores pontos de venda. Nosso público está no bairro e o nosso sucesso também. As crianças e os adultos gostam do nosso produto, que é de qualidade”, garante.
Sempre que possível, a empresa faz ações sociais nos bairros com cantores regionais e distribuição de produtos. O diretor garante que é assim que se conquistam clientes.
Outra inovação da empresa é a reciclagem de embalagens. As crianças devolvem os plásticos para os pontos de venda e ganham um álbum de figurinhas com temática voltada para a cultura regional.
Para Adílson, é difícil ter uma empresa em Mato Grosso do Sul graças a falta de incentivo do Governo do Estado e o alto ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de séricos).
“Apesar disso, ganhamos o terreno da Prefeitura Municipal de Terenos”. No início, a empresa contava com o apoio das encubadoras de Campo Grande.
No futuro, mais lançamentos. “Em dois meses, vamos lançar outra novidade no mercado sul-mato-grossense. Esperamos ampliar as vendas para outros Estados. Enquanto isso focamos no melhor atendimento possível ao cliente”, finaliza.
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