Líderes da Otan realizam cúpula centrada no Afeganistão neste domingo

Os chefes de Estado e de governo da Otan iniciam neste domingo (20) em Chicago uma cúpula de dois dias centrada em definir a nova missão que a organização manterá no Afeganistão a partir de 2015 e em como reformar a Aliança perante os problemas orçamentários. Em sua primeira sessão de trabalho, a cúpula da […]

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Os chefes de Estado e de governo da Otan iniciam neste domingo (20) em Chicago uma cúpula de dois dias centrada em definir a nova missão que a organização manterá no Afeganistão a partir de 2015 e em como reformar a Aliança perante os problemas orçamentários.

Em sua primeira sessão de trabalho, a cúpula da Otan tentará responder ao dilema de como manter as capacidades de Defesa e garantir a segurança coletiva depois que a crise gerou fortes cortes dos orçamentos militares.

A cúpula, que começa apenas um dia depois da reunião do Grupo dos Oito (G8, países industrializados mais a Rússia), em Camp David (Maryland), começará formalmente às 15h30 (horário de Brasília), mas durante a manhã muitos dos dirigentes manterão uma intensa série de reuniões bilaterais.

Por exemplo, o secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, se reunirá com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, François Hollande, com o qual espera-se que discuta a promessa eleitoral deste último de retirar as tropas francesas do Afeganistão até o final de 2012, dois anos antes do previsto.

Obama também se reunirá com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, com o qual analisará o andamento da situação nesse país, enquanto continua em bom ritmo o processo de transição para que as forças afegãs assumam a responsabilidade da segurança em todo o território até o final de 2014.

Esta primeira jornada de debates será focada em lançar uma ampla reforma da maneira como os países da Otan planejam e desenvolvem seus programas de equipes e formação, cada vez mais complexos e caros, enquanto a maioria dos aliados teve que cortar suas despesas de Defesa devido à crise.

Sob o nome de “Smart Defense” (Defesa Inteligente), vão ser lançados mais de 20 projetos multinacionais, nos quais grupos de países se oferecem como voluntários para desenvolver conjuntamente programas.

Dessa forma, serão realizadas economias de escala e espera-se que os aliados mantenham suas capacidades militares gastando menos.

Os países europeus da Otan reduziram uma média de 10% suas despesas militares entre 2005 e 2011, segundo os números oficiais da Aliança, que não puderam incluir os novos cortes de 2012 nem os que já estão sendo prepados para 2013.

Como disse o próprio Rasmussen, é preciso uma autêntica mudança de mentalidades e criar “uma nova cultura da cooperação”.

A cúpula verá o lançamento de cerca de 25 programas concretos, segundo aponta outra fonte aliada.

Alguns dos programas são consequência das carências detectadas na operação na Líbia, como a criação de uma capacidade conjunta de abastecimento em voo.

De forma simbólica, a cúpula verá a assinatura de um primeiro projeto, que procura dotar a Otan de um sistema de última geração de vigilância do terreno (denominado AGS na sigla em inglês).

O sistema de propriedade americano foi utilizado nas operações do ano passado na Líbia e se mostrou muito útil tanto na detecção de alvos como em ajudar a reduzir o número de vítimas civis.

O programa prevê que 13 países aliados comprem cinco aviões não tripulados de vigilância Global Hawk Block 40, assim como várias estações terrestres de comando e controle, para colocá-lo depois à disposição da Aliança.

A cúpula anunciará também que o sistema de defesa antimísseis já tem uma capacidade operacional interina.

Isto representa que um radar avançado na Turquia, um satélite e uma embarcação especializado em defesa antiaérea (todos eles americanos) estão conectados entre si para interceptar e destruir um hipotético ataque com um míssil contra território europeu.

Ao projeto, que não estará concluído até 2018-2020, se somarão outros países com diversos equipamentos ou cedendo seu território para acolher instalações.

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