Investigação sobre contratos da Delta chega a MS com quebra de sigilo CPMI do Cachoeira
Como antecipou Midiamax, no último dia 5 de maio, a prisão de Claudio Abreu, executivo da Delta no Centro Oeste, vai levar a CPMI aos contratos milionários da empreiteira no MS
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Como antecipou Midiamax, no último dia 5 de maio, a prisão de Claudio Abreu, executivo da Delta no Centro Oeste, vai levar a CPMI aos contratos milionários da empreiteira no MS
Os altos valores dos contratos e aditivos da construtora Dela S.A no MS colocaram o estado na mira das investigações da CPMI do Cachoeira – a Comissão Parlamentar Mista de Investigação que reúne integrantes da Câmara dos Deputados e Senadores.
A Delta, ligada a Carlinhos Cachoeira, e sob investigação da Controladoria Geral da União, tem contratos de R$ 243.9 milhões nos últimos quatro anos e aditivos R$ 23 milhões. A CGU considerou os contratos superfaturados e com sobrepreço. Em março deste ano, Delta foi novamente contratada pelo Dnit/MS por R$ 30 milhões para restauração da BR-163. As licitações e os contratos foram firmados na gestão de Marcelo Miranda a frente do órgão.
Ontem (17), por decisão dos deputados da Comissão, a Delta teve quebrados o sigilo telefônico, bancário e fiscal de suas filiais no Centro-Oeste, que inclui o Mato Grosso do Sul, como os estados de Mato Grosso e Distrito Federal, além de Tocantis.
O fato se baseou na atuação do ex-executivo da empreiteira, Cláudio Abreu, que comandava a divisão do Centro Oeste da empreiteira, preso pela PF, e que será inquirido pela CPMI.
A decisão da quebra de sigilo surgiu do aprofundamento das investigações das ações de Cláudio Abreu. O ex-executivo foi demitido da Delta depois da revelação das gravações telefônicas feitas pela PF, nas quais ele aparecia combinando licitações e distribuição de propinas para gestores públicos. Com a quebra de sigilo, os parlamentares pretendem se municiar de informações antes da inquirição de Cláudio Abreu.
Além do Centro Oeste, mais 38 requerimentos de quebra de sigilo e 51 para depoimentos foram aprovados na Comissão. Um dos principais é Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ex-sargento da Aeronáutica preso pela Operação Monte Carlo, da PF, informante de Cachoeira, que obtinha informações a partir de grampos telefônicos clandestinos e por uma rede de funcionários públicos, civis e militares, corrompidos pelo esquema.
Giovani Pereira da Silva, responsável pelo acobertamento de todo o dinheiro da organização montada por Cachoeira, também teve seu sigilo quebrado.
Carlinhos Cachoeira vai depor na CPMI na próxima terça-feira. Não se sabe se usará a prerrogativa legal de se manter calado.
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