Desde que foi preso, delegado descobriu detalhes do golpe de Brayan, que além de se identificar como sobrinho do governador, prometia emprego e vida boa às vítimas.

Além da agilidade para perceber as dificuldades das vítimas e da afirmação de ser uma pessoa influente e ‘sobrinho do governador André Puccinelli’, o ‘estelionatário do shopping’, como ficou conhecido Brayan Correa Pulquério, 22 anos, andava com uma foto da mansão do cantor Michael Jackson para dizer que era a sua casa, em Campo Grande, e convencia uma das vítimas a fazer compras para ele no Paraguai.

São estes, entre outros detalhes, que descobriu o delegado Wellington de Oliveira, durante quatro meses de investigações do acusado. Em março deste ano, após a divulgação de sua foto no site Midiamax, Brayan foi preso por guardas municipais em frente à Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Por não ser pego em flagrante e sem antecedentes criminais, Brayan foi solto dois dias após passar a noite na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. “E nestes quatro meses de investigação identificamos mais oito vítimas, mulheres nas quais ele prometia emprego em qualquer área desejada e uma vida boa”, conta o delegado Oliveira.

Após a oitiva das vítimas e a devolução de perfumes e eletrônicos, que ele fazia uma mulher comprar para ele no Paraguai e depois presenteava pessoas de seu interesse, como parte do golpe, o delegado encaminhou hoje o inquérito policial do acusado ao Ministério Público Estadual. “Só não conseguimos recuperar o notebook, oriundo de um golpe que ele aplicou em um taxista de Campo Grande”, conta o delegado Oliveira.

Os produtos, de acordo com a Polícia Civil, estavam sendo comercializados no camelódromo. Na ocasião, para se livrar dos crimes cometidos, estelionatário mais uma vez mostrou o seu poder de persuasão. Já nas celas, ele chegou a tentar “negociar” a sua liberdade, dizendo a polícia se não “poderia pagar uma indenização ou até prestar serviços a comunidade”, repetia Brayan, como se tivesse enganado apenas uma vítima.

Segundo o delegado, desde 2007 ele já enganou ao menos três taxistas e diversas outras vítimas, principalmente mulheres. E, Brayan já chegou a ser intimado a comparecer na 5° D.P. (Delegacia de Polícia), onde outras vítimas registraram boletim de ocorrência. Pelos crimes, ele pode ser condenado no máximo até quinze anos de reclusão.