A esquerda mexicana se mobilizou para informar aos eleitores de 142 localidades do país sobre a impugnação das eleições presidenciais de 1º de julho e juntar novas provas de suas acusações sobre compra de votos contra o partido vencedor, o PRI, neste domingo.

“As assembleias têm o propósito de informar todos os cidadãos sobre o que estamos fazendo para que o Tribunal Eleitoral invalide as eleições presidenciais”, disse o candidato de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, em discurso em Ciudad Nezahualcóyotl, na região metropolitana da capital.

Henry Romero/Reuters López Obrador, que obteve 3,3 milhões de votos a menos do que o candidato vitorioso, Enrique Peña Nieto, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), pediu ao Tribunal Eleitoral a anulação das eleições.

O PRI voltou ao poder no México após governar o país por mais de 70 anos, até 2000.

A esquerda denunciou, entre outros coisas, a compra maciça de votos e a superação do limite de gastos de campanha por parte de seu concorrente, a parcialidade dos meios de comunicação e a manipulação das pesquisas eleitorais.

ASSEMBLEIAS PELO PAÍS

Nas assembleias feitas nas praças em todo o país, folhetos são distribuídos, vídeos são exibidos e depoimentos são apresentados para explicar como o PRI supostamente comprou milhões de votos.

Cidadãos também são convidados a apresentar provas sobre a captação ilegal de votos.

López Obrador disse que haverá nova rodada informativa na Cidade do México e nas capitais dos 31 Estados do país em 5 de agosto . No dia 12, haverá nova convocação na praça central da capital para exibir todas as provas da suposta compra de votos.

DENÚNCIAS CONTRA O PRI

“Eles têm dinheiro para comprar votos, mas não têm o apoio das pessoas. E assim não se pode governar”, disse Obrador). “Se ficássemos de braços cruzados, se consumaria a fraude eleitoral, a imposição e os mexicanos não poderiam esperar nada de bom.”

Em um folheto de 50 páginas que a esquerda começou a distribuir na sexta-feira passada, foram detalhados, Estado por Estado, as formas pelas quais ocorrereu a compra de votos, de acordo com a denúncia.

As modalidades vão de entrega direta de dinheiro –escondido em alimentos, em alguns casos– à distribuição de material de construção, provisões ou cartões pré-pagos para despesas em uma rede popular de supermercados e de créditos para telefones celulares –que só seriam habilitados em caso de vitória do PRI.

O Tribunal Eleitoral tem até 6 de setembro para decidir a validade das eleições.