Dólar descola do exterior e cai 1,5% com intervenção do BC

O dólar recuava mais de 1% em relação ao real nesta terça-feira, após o Banco Central anunciar leilão de swap cambial tradicional pouco depois da abertura dos negócios, quando a divisa estava cotada a R$ 2,05, perto da estabilidade. Às 11h57 (de Brasília), a moeda americana recuava 1,47%, para R$ 2,0220. A divisa atingiu R$ […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O dólar recuava mais de 1% em relação ao real nesta terça-feira, após o Banco Central anunciar leilão de swap cambial tradicional pouco depois da abertura dos negócios, quando a divisa estava cotada a R$ 2,05, perto da estabilidade. Às 11h57 (de Brasília), a moeda americana recuava 1,47%, para R$ 2,0220. A divisa atingiu R$ 2,0641 na máxima do dia e R$ 2,0180 na mínima.

Para operadores, a autoridade monetária está indicando que não quer o dólar acima desse patamar e, por isso, mantém os investidores em alerta constante. O BC já havia sinalizado esse patamar dias antes, quando fez leilões de swap tradicionais com a moeda norte-americana próximo a este patamar.

“O dólar deveria ter aberto com muito mais alta (ante o real) hoje, mas isso não ocorreu por causa da certeza (dos investidores) de que o BC iria entrar”, afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares.

Segundo ele, o próprio mercado se colocou um freio no início da sessão e não puxou uma alta maior do dólar porque esperava uma intervenção da autoridade monetária com a divisa a R$ 2,05. Ele acredita, no entanto, que o BC não quer o dólar acima de R$ 2,10, e que atuou nesta sessão antecipando possíveis valorizações adicionais da moeda. Para um operador de câmbio de um banco nacional que pediu para não ser identificado, o BC entrou logo no início do pregão “para marcar território.”

Na operação desta terça-feira, o BC vendeu 20.300 contratos, ou 50,75%, da oferta de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Nos leilões anteriores, a autoridade monetária tinha vendido cerca de um terço dos papéis ofertados.

Para a estrategista de câmbio para a América Latina do RBS Securities, Flavia Cattan-Naslausky, a intervenção desta terça-feira também reforça a ideia de um teto a R$ 2,05 para o dólar. “A última vez que eles (BC) entraram foi em 25 de maio com 40 mil contratos quando o real estava a R$ 2,03”, disse.

O BC não atuava no mercado de câmbio há seis sessões consecutivas, com o dólar fechando próximo de R$ 2 em quatro dessas sessões. Na semana anterior, quando a divisa chegou a alcançar R$ 2,10 no intradia, a autoridade monetária interveio de forma expressiva por meio de leilões de swap tradicional.

Nos mercados internacionais, a moeda americana caminhava para o outro lado e ganhava terreno frente a outras moedas. Em relação a uma cesta de divisas, o dólar avançava 0,27%, enquanto o euro recuava 0,34% ante a divisa dos Estados Unidos.

Conteúdos relacionados