Dilma recebe Patriota e discute crise política no Paraguai

A presidente Dilma Rousseff se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na noite deste sábado, no Palácio da Alvorada, para discutir a situação política no Paraguai. Desde que o ministro retornou ao Brasil após a missão de chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) ao Paraguai, ele ainda não havia conversado com […]

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A presidente Dilma Rousseff se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na noite deste sábado, no Palácio da Alvorada, para discutir a situação política no Paraguai. Desde que o ministro retornou ao Brasil após a missão de chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) ao Paraguai, ele ainda não havia conversado com a presidente.

Patriota chegou ao Brasil na madrugada deste sábado, foi para o Rio de Janeiro e depois voltou para Brasília. A missão de chanceleres havia ido a Assunção na tentativa de conter o processo de impeachment do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

O Senado aprovou, no fim da tarde de sexta-feira, a perda do mandato de Lugo, acusado de mau desempenho na presidência, sobretudo diante de conflitos entre camponeses e policiais. O vice-presidente, Federico Franco, assumiu o cargo. Também participam do encontro no Palácio da Alvorada os ministros da Defesa, Celso Amorim, e de Minas e Energia, Edison Lobão.

Processo relâmpago destitui Lugo da presidência

No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Cuaraguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.

A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio – enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.

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