Com trombose e hemorragia, artesã aguarda vaga para consulta há dois meses no HR
Artesã está com hemorragia há mais de uma semana e aguarda vaga para retorno da consulta que diagnosticou uma trombose em sua perna esquerda há dois meses, no Hospital Regional
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Artesã está com hemorragia há mais de uma semana e aguarda vaga para retorno da consulta que diagnosticou uma trombose em sua perna esquerda há dois meses, no Hospital Regional
Há pelo menos oito dias com hemorragia nas vias urinárias, a artesã Valquíria Cara Lopes, 57 anos, moradora do município de Nioaque, aguarda uma vaga em um hospital público de Campo Grande. A única informação que ela possui é da secretaria de saúde do seu município, que afirma apenas que ela terá que aguardar. Há dois meses Valquíria teve um diagnóstico de trombose na perna esquerda e deveria ter voltado na semana seguinte para continuar o tratamento. Agora ela está com hemorragia – por conta da medicação – há mais de uma semana, mas o Hospital Regional informou que o caso não é urgente.
Valquíria chegou sábado (9) à noite em Campo Grande e foi ao UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Guanandi. Contudo, foi informada que teria que marcar uma consulta em um posto de saúde, para então conseguir um encaminhamento e ser atendida pelo médico que fez o diagnóstico inicial. Na UPA, o médico plantonista, Adriano Souza Santos, explicou que ela teria que interromper o medicamento para trombose, pois ele estaria ocasionando o sangramento das vias urinárias, uma vez que a artesã tem cálculo renal. “Sem o medicamento eu sinto muita dor na perna e já estou piorando”, disse Valquíria.
Segundo a artesã, há dois meses ela foi encaminhada pela secretaria de saúde de Nioaque para o Hospital Regional, onde foi atendida pelo médico cirurgião vascular, Célio Helegda. O médico teria dito a Valquíria que na semana seguinte ela deveria voltar para ser reavaliada. Contudo, seu calvário estaria apenas começando. Por conta de complicações, ela está a mais de uma semana com hemorragia e na cidade onde reside o único hospital está há cerca de seis meses com as portas fechadas.
“Lá tem apenas dois postos de saúde. Ontem à noite eu consegui uma ambulância para me trazer para a casa da minha irmã, em Campo Grande, porque os médicos me disseram que se eu ficasse lá eu poderia morrer. Mesmo assim, tivemos que pagar o combustível. Além do problema da perna eu tenho cálculo renal desde pequena e o remédio que eu tenho que tomar para trombose afina o sangue. Com isso o problema nos rins fica agravado e o remédio que cura minha trombose está causando hemorragias nas minhas vias urinárias”, explicou.
Valquíria mostrou diversos exames que constatam alterações nos resultados, contudo sem conseguir agendar um retorno ao médico. “Desde sábado (2) eu estou com hemorragia e no posto de Nioaque só tem soro. A situação chegou num ponto que nem veia dá para achar mais, para receber medicamento”, disse.
Hospital ligou para o serviço de saúde de Nioaque e disse que o caso não era grave
A irmã de Valquíria, Silvia Regina Cara Lopes Martinêz, contou que os médicos de Nioaque diziam que mandavam o pedido de transferência para Campo Grande, o qual era constantemente negado. “Os médicos diziam que estavam mandando os resultados dos exames para o Hospital Regional e o hospital, segundo eles, teria ligado dizendo que o caso não era urgente”, explicou Silvia.
“Se o caso da minha irmã, de hemorragia e trombose não for urgente, o que é urgente então? Nós não temos condição de tratar em médico particular e sempre pagamos nossos impostos. Será que ela vai ter que perder a perna? Isso é um descaso com a população”, destacou Silvia Regina.
Agora, Valquíria vai ter que esperar a morosidade do serviço de saúde e contar com a sorte. Apenas após avaliação médica ela poderá tomar qualquer tipo de antibiótico para a infecção. “Segunda-feira (11) vamos tentar marcar a consulta para conseguir o encaminhamento. Até lá só posso contar com a sorte, porque a cada minuto que passa eu pioro um pouco mais”, finalizou.
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