Chávez suspende envio de petróleo ao Paraguai

Aos pouquinhos, o impeachment de Fernando Lugo e a posse relâmpago de Federico Franco vai se tornando uma espécie de luta de boxe em que os paraguaios entram com a cara. Toda vizinhança condenou a deposição do presidente. Hugo Chávez avisou que vai além do gogó. Suspenderá o envio de petróleo ao Paraguai. “Retiramos o […]

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Aos pouquinhos, o impeachment de Fernando Lugo e a posse relâmpago de Federico Franco vai se tornando uma espécie de luta de boxe em que os paraguaios entram com a cara. Toda vizinhança condenou a deposição do presidente. Hugo Chávez avisou que vai além do gogó. Suspenderá o envio de petróleo ao Paraguai.

“Retiramos o embaixador, não reconhecemos esse governo [de Federico Franco], e também vamos retirar o envio de petróleo”, declarou o mandachuva venezuelano neste domingo (24). Horas antes, de madrugada, o ‘decapitado’ Lugo fizera sua primeira aparição pública depois da guilhotina (assita lá no alto).

Sob aplausos, Lugo realçou a condenação dos vizinhos à forma como o Congresso o arrancou da poltona, em ritmo de vapt-vupt, cerceando-lhe a defesa. Acusou seus rivais de isolarem o Paraguai.

Na véspera, o Itamaraty divulgara uma nota. No texto, informara que o Mecosul e a Unasul avaliam as “medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai.” Antes mesmo da votação que converteu Lugo em ex—presidente, Dilma Rousseff já falava “sanções.”

Como que pressentindo que o cruzado pode atingir-lhe o queixo, ainda que de raspão, a comunidade brasileira no Paraguai leva o pé atrás. Ouça-se, por exemplo, o pecuarista Rui Rosa, que vive no país desde 1982. “Antes de falar bobagem, ela [Dilma] deveria pensar em quantos brasileiros moram aqui.”

Computando-se os filhos e netos que nasceram em solo paraguaio e dispõem de dupla cidadania, os brasileiros residentes no Paraguai são estimados em 400 mil. Segundo Rui Rosa, os patrícios já foram mais bem vistos. “Hoje, o paraguaio gosta mais dos argentinos do que de nós.”

 

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