O pátio está lotado de carros, motocicletas, e peças que aguardam os donos e a Justiça. Os veículos podem acabar sendo leiloados.
Automóveis e motocicletas lotam o pátio da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), em Campo Grande. De acordo com o delegado adjunto, Geraldo Marim Barbosa, assim que os veículos são identificados, os proprietários são chamados para reconhecer o produto do furto, dentro de 48 horas.
O que pode dificultar a localização do proprietário é quando ele não passou os dados corretos durante o BO (Boletim de Ocorrência), ou alguma informação está desatualizada. No pátio são mais de 700 itens, entre automóveis e partes deles, como, motores e carenagens, que foram apreendidos e recuperados.
Mesmo que o suposto proprietário ir ao pátio procurar seu veículo, pois muitos estão com chassi lixado, placas e motores adulterados. Tudo é analisado e catalogado pela equipe da Defurv e esses veículos devem passar por perícia técnica.
Pátio lotado
A indicação é que esses veículos se acumulam por diversos motivos, como espera de decisões judiciais, dos donos e das seguradoras, ou não há mais interesse por parte do proprietário por se tratar de um veículo considerado obsoleto.
Alguns veículos chegaram ao pátio em situação precária, que não compensa para o proprietário. “Teve um caso em que eu mesmo enviei a foto do veículo para o proprietário, mas ele não se interessou em buscá-lo. Mas cada caso é um caso, há ainda situações em que a situação que o veículo está não compensa para o proprietário fazer sua retirada, fora quando ele reside em outro estado”, contou Geraldo Marim.
Muitos veículos que estão na Defurv foram recuperados e as seguradoras já indenizaram os clientes e não buscaram o automóvel. “Tem carro de seguradora que está aqui há quase um ano. Tem seguradora que espera juntar três, quatro, cinco carros”, explicou o delegado Geraldo da Defurv. Além disso, muitas vezes, a burocracia emperra o processo de entrega ao proprietário.
Chassi lixado
O delegado ainda informou que o agravante é quando o chassi está lixado ou o motor adulterado, o que dificulta a identificação do veículo. O proprietário não pode transitar com ele dessa forma, e isso vem ocorrendo com frequencia em motos furtadas.
Segundo Geraldo, leva de 15 a 20 dias para ser feito o laudo pericial. “Caso não seja comprovada a origem do veículo, ele não poderá ser devolvido ao suposto proprietário, e depende de decisão da Justiça para ir a leilão”, explica.
Fato semelhante ocorreu com Edna Maricota Ferreira, de 20 anos, que teve sua motocicleta Fan ano 2008, furtada no dia 23 de dezembro, por volta das 23h. A motocicleta tinha sido furtada no bairro Rouxinóis, em frente à casa de sua amiga.
Ela foi recuperada no dia 26 de dezembro, com o chassi lixado e está no pátio da Defurv. “Nossa, é uma burocracia enorme. Esta é a terceira vez que venho, mas agora me informaram que a motocicleta terá que passar pela perícia. Pelo menos recuperaram minha moto, e, se Deus quiser, em breve estarei com ela”, contou Edna.
O delegado informou que, após a perícia, será feita uma cópia do laudo e encaminhada ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Mato Grosso do Sul) para verificar a possibilidade de remarcar o chassi.
Já, nos demais casos, os oficiais buscam o constante levantamento dos bens que poderão ser leiloados. Apesar de depender de decisão judicial, o delegado afirma que provavelmente terá leilão neste ano. Conforme a situação dos bens que estão dispostos no pátio, além dos veículos, os itens também poderão ser leiloados como sucatas ou para peças de manutenção.
Matéria editada as 20h12 para correção de erros.
