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Inovações tecnológicas no agronegócio de Mato Grosso do Sul

Se você ainda associa agronegócio a uma imagem bucólica de boiadas cruzando estradas de terra, pode ser que precise atualizar seus referenciais
Júlio Brandão -
Se você ainda associa agronegócio a uma imagem bucólica de boiadas cruzando estradas de terra, pode ser que precise atualizar seus referenciais

Se você ainda associa agronegócio a uma imagem bucólica de boiadas cruzando estradas de terra, pode ser que precise atualizar seus referenciais. No Mato Grosso do Sul, o campo já não fala só a linguagem da enxada e da lida pesada. Ele está falando bits, nuvens, satélites, IA. E mais: está escutando sensores enterrados no solo, detectando padrões de clima, conversando com máquinas. Parece ficção científica, mas é apenas o novo normal no agro sul-mato-grossense.

A tecnologia desce do drone direto na plantação

O agronegócio responde por cerca de 30% do PIB estadual, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). É mais que um setor — é o pulmão financeiro do estado. E como todo sistema vital, ele exige modernização constante.

Nos últimos cinco anos, mais de 65% das propriedades agrícolas médias e grandes adotaram sistemas de agricultura de precisão. Estamos falando de tratores autônomos, colheitadeiras equipadas com sensores de produtividade, drones mapeando lavouras inteiras em voos curtos e silenciosos. Um exemplo? O uso de sensores de solo em cultivos de soja tem reduzido o desperdício de fertilizantes em até 20%. O solo responde melhor. A planta agradece. O produtor sorri.

A conectividade como adubo invisível

Tudo isto exige algo simples, mas fundamental: conexão. A terra pode ser fértil, a maquinaria de última geração. Mas sem um bom sinal, o dado bloqueia. Na casa de ópera. Por isso, uma das apostas emergentes no campo sul-mato-grossense tem sido a utilização de VPNs (redes privadas virtuais).

À partida, pode voar como algo exclusivo das grandes empresas urbanas. Mas pense: dados sobre produção, clima, logística e inclusão da colheita circular por redes públicas ou mal protegidas? Por favor, aceite o meu convite. Com as aplicações VPN, estes dados são encriptados, protegidos de ponta a ponta. Mesmo as pequenas explorações devem descarregar aplicações VPN para PC para evitar o roubo de dados ou mesmo a infeção do sistema. Claro que se primeiro precisar de limpiar virus en IOS ou noutro dispositivo que utilize, caso contrário, a VPN em si não ajudará. O VeePN tem um serviço VPN de qualidade e instruções sobre como combater os vírus.

Pecuária que pensa, calcula, antecipa

A inovação também chegou ao rebanho. A pecuária de precisão tornou possível o que, há poucos anos, parecia fantasia de laboratório. Hoje, há fazendas onde cada animal é monitorado por coleiras com sensores. Sabe-se quando bebe água, quanto caminhou, se está ganhando peso de forma adequada. E esses dados são cruzados com análises genéticas, projeções nutricionais e histórico reprodutivo.

Com mais de 20 milhões de cabeças de gado, o Mato Grosso do Sul se destaca como um dos maiores exportadores de carne do país. Agora imagine potencializar essa produção com inteligência artificial. É isso que startups locais estão propondo — e conseguindo. Um exemplo? O uso de IA em confinamentos aumentou em 27% a eficiência no ganho de peso diário, segundo estudo publicado em parceria com a Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande.

Startups com raízes no solo e olhos no céu

O que antes era exclusividade de grandes multinacionais, hoje começa a surgir no ecossistema de inovação regional. As agtechs, startups voltadas ao agro, florescem em centros urbanos como Campo Grande, Três Lagoas e Chapadão do Sul. Elas oferecem desde plataformas de rastreabilidade animal até aplicativos de previsão hídrica com base em dados satelitais.

E o curioso é que muitas dessas soluções nascem dentro de universidades. A UFMS, por exemplo, mantém núcleos de pesquisa que conectam estudantes de engenharia de software a produtores locais. Em 2022, um desses projetos criou um sistema que monitora, por satélite, o surgimento de pragas em lavouras de milho — e alerta os produtores com 72 horas de antecedência, o que pode reduzir as perdas em até 40%.

Sustentabilidade com código de barras

Outro campo em que a tecnologia tem avançado é o da rastreabilidade e sustentabilidade. Com a pressão de consumidores e mercados internacionais, o produtor precisa provar que sua soja ou carne não está ligada a desmatamento, trabalho escravo ou uso irregular de defensivos. A tecnologia entra como testemunha.

Sistemas com georreferenciamento, blockchain e big data permitem rastrear cada semente plantada, cada bezerro nascido, cada litro d’água usado. Empresas como a AgroTools e outras startups regionais já oferecem certificações digitais em tempo real, baseadas em dados de campo integrados à cadeia produtiva.

O que vem por aí

E o futuro? Ele parece cada vez mais automatizado. Há pilotos em andamento com colheitadeiras 100% autônomas, capazes de trabalhar dias inteiros sem intervenção humana. Sensores meteorológicos conectados em rede podem decidir o melhor momento para plantar ou colher, com base em modelos climáticos que aprendem a cada safra.

A conectividade 5G — ainda incipiente em áreas rurais — é outro passo aguardado. Ela permitirá tempos de resposta menores, integrações mais robustas entre dispositivos e menos latência em operações remotas. Isso muda o jogo.

O campo se conecta. O dado se movimenta. O produtor decide com base em relatórios, não no “feeling”. Mas talvez a maior revolução esteja, silenciosamente, em como as pessoas do campo estão se apropriando dessas ferramentas. Com o pé na terra e o olho no satélite.

VPNs? Sim, até elas têm seu lugar nesse novo agro. Não são mais apenas para bancos ou jornalistas em zonas de guerra. Estão nas mãos de quem planta, cria, colhe — e quer proteger o que constrói.

No Mato Grosso do Sul, o futuro já está brotando. E ele vem com sinal forte, análise de dados e algoritmos debaixo do chapéu.

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