As centrais sindicais (Força Sindical, CGTB e CSP) em Mato Grosso do Sul e o Fórum Sindical dos Trabalhadores em MS – FST/MS querem o congelamento da tarifa de transporte coletivo de Campo Grande em R$ 2,70, valores atuais, por pelo menos mais um ano.

O movimento sindical que está somando forças para impedir qualquer percentual de reajuste se mobilizou depois que a imprensa local noticiou que o prefeito Nelson Trad Filho teria encomendado à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) estudos para um possível aumento da tarifa, pleiteado pelas empresas.

“Esse valor que está em vigor desde o ano passado, em R$ 2,70, já é considerado um dos mais altos do País. O trabalhador não pode arcar com mais esse ônus superfaturado pelo simples transporte”, criticou Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical Regional MS.

O coordenador geral do FST/MS, José Lucas da Silva, membro da Central Sindical de Profissionais – CSP, pactua da mesma opinião. Ele informou que no Rio de Janeiro, que conta com uma população muito superior à de Campo Grande, só em janeiro deste ano a tarifa de transporte coletivo subiu de R$ 2,50 para R$ 2,75. Em Cuiabá, segundo ele, a tarifa passou em dezembro de 2011 de R$ 2,50 para R$ 2,70.

“Diante dessas e de outras realidades no país afora, não podemos permitir que uma tarifa de transporte coletivo sofra novo reajuste em Campo Grande, acima de R$ 2,70. É preciso congelar esse valor por mais tempo”, afirmou.

Samuel da Silva Freitas, presidente da CGTB em MS, disse que tem recebido inúmeras reclamações de trabalhadores quanto aos serviços prestados em Campo Grande na área de transporte coletivo. Disse que o problema de superlotação continua grave e afetando inúmeras linhas. Além disso, segundo ele, existem bairros e vilas que são mal servidos de transporte.

“Algumas linhas, segundo denúncias, só passa ônibus de hora em hora”, afirma.

As centrais sindicais pedem ao prefeito Nelson Trad Filho para que congele o atual valor (R$ 2,70) por pelo menos mais um ano. Idelmar da Mota Lima lembra que há 3 anos as centrais levantaram o mesmo problema em Campo Grande e chegaram a ter uma reunião com o prefeito para tratar do assunto. Mas, na época, segundo Idelmar, a prefeitura acabou autorizando o aumento em detrimento dos interesses dos trabalhadores que estão afastando cada vez mais desse meio de transporte.

Estevão Rocha dos Santos, vice-presidente da Força Sindical Regional MS e presidente do Seaac/MS, disse que o crescimento do número de motocicletas em Campo Grande é umademonstração do descontentamento da população com a política de transporte coletivo da cidade.

“Cada vez que se fala em aumento, ou quando a prefeitura autoriza novos reajustes da tarifa, mais pessoas partem para a aquisição de motocicletas, fugindo do transporte coletivo que pesa bastante no bolso do trabalhador”, afirma.

As centrais sindicais, segundo Idelmar da Mota Lima, apelam ao prefeito para que não autorize qualquer reajuste da tarifa pelos próximos 12 meses.