O Ministério de Finanças da Alemanha declarou nesta segunda-feira que o país continuará sendo a “âncora de estabilidade da zona do euro” durante a crise financeira nos países da moeda única. A afirmação foi feita após o anúncio de que a agência Moody’s colocou a nota de crédito da dívida do país em perspectiva negativa.

“Temos conhecimento da opinião da Moody’s. Essa estimativa destaca sobretudo os riscos a curto prazo, mas não mencionam as perspectivas de estabilização a longo prazo. A zona do euro colocou nos trilhos uma série de medidas que devem conduzir a uma estabilização duradoura da região”, diz o comunicado.

A pasta afirmou que o país se encontra em “situação econômica e financeira sólida” e que deverá atingir um Orçamento equilibrado em 2014, corrigindo o deficit fiscal. No documento, o ministério ainda informa que a capitalização do sistema bancário melhorou “sensivelmente” e as perspectivas de crescimento são “sólidas”.

MOODY’S

Mais cedo, a Moody’s anunciou nesta segunda-feira que colocou em perspectiva negativa as notas de crédito de Alemanha, Holanda e Luxemburgo, três dos quatro países da zona do euro que tem qualificação máxima “AAA”.

A agência informou que os países são ameaçados pela crise entre os países da moeda única, incluindo uma possível saída da Grécia. A perspectiva negativa é um alerta das agências responsáveis por avaliar a dívida pública para um possível rebaixamento caso a conjuntura financeira piore.

Para a Moody’s, a possibilidade de saída da Grécia do euro é cada vez mais forte e que os três países seriam prejudicados com o impacto provocado pela retirada. A agência também estima ser mais provável um pedido de resgate financeiro de Espanha e Itália por outros Estados da zona, pesando sobre os países mais estáveis.

Alemanha, Holanda e Luxemburgo são três dos quatro países da zona do euro que tiveram mantidas suas notas máximas na avaliação durante a crise financeira. O quarto é a Finlândia. Outras agências ainda mantém os quatro na lista e também a França, que teve sua nota degradada pela Moody’s em março.