Sem Ronaldo, Corinthians já prevê queda de receita

O Corinthians diz que “não trabalha sob hipótese”, evita pensar num futuro nebuloso e não comenta uma inevitável redução de captação de recursos, mas já revê sua expectativa de receita para o ano depois da saída de Ronaldo. Se o time tem o quarto maior patrocínio do mundo (R$ 50,1 milhões), deve ao Fenômeno, agora […]

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O Corinthians diz que “não trabalha sob hipótese”, evita pensar num futuro nebuloso e não comenta uma inevitável redução de captação de recursos, mas já revê sua expectativa de receita para o ano depois da saída de Ronaldo. Se o time tem o quarto maior patrocínio do mundo (R$ 50,1 milhões), deve ao Fenômeno, agora ex-jogador. O orçamento para a temporada atual estimava um lucro de R$ 160 milhões só com o futebol. Sem a vaga na Libertadores e com a despedida de sua grande estrela, somente a chegada de novos ídolos, algo não cogitado no momento, seria capaz de manter as cifras nesse nível. O sinal de que o dinheiro já começa a entrar com menos intensidade vem da movimentação nas bilheterias.

No ano, apesar de a média de público ainda ser boa em relação à de alguns rivais, com 15 mil por partida, a procura pelos bilhetes está bem mais fraca do que anteriormente. Para o confronto com o Mogi Mirim, nesta quinta-feira, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista, por exemplo, foram vendidos apenas 4 mil ingressos – em caso de vitória, a equipe ficará a apenas 3 pontos do líder Palmeiras. Em 2010, havia no mínimo 20 mil em cada confronto.

A expectativa de patrocínios com o uniforme foi avaliada em R$ 51 milhões. Hoje, está em R$ 50,1 milhões e pode superar esse valor caso o clube encontre um interessado para expor sua marca no calção, vago desde a saída do banco Panamericano e orçado em R$ 8 milhões. “Os contratos não sofrerão mudanças”, garantiu, na despedida de Ronaldo, o presidente Andrés Sanchez. Realmente, seguem intactos até o fim do ano pelo fato de o Fenômeno ainda estar com a imagem muito ligada aos companheiros, ter um jogo de despedida previsto para o meio de ano e prometer aparecer sempre no CT e no estádio. O clube, assim, seguirá na mídia.

No fim da temporada, entretanto, tudo será revisto. Os atuais parceiros (Hypermarcas e Tim) já adiantaram que vão rever os acordos e, além disso, também há a queda na venda de produtos ligados à imagem de Ronaldo no Corinthians.

Só com royalties de licenciamentos da marca era previsto ganho de R$ 11 milhões. A maioria em negociação da camisa 9 com o nome de Ronaldo e de tudo relacionado a ele, desde chaveiro e canetas até toalhas, agasalhos e seu bonequinho.

BILHETERIA – Em 2009, o primeiro ano de Ronaldo com a camisa corintiana, foram arrecadados R$ 27,6 milhões em bilheterias. No ano passado, R$ 26,2 milhões. E o orçamento de 2011, antes da aposentadoria do astro, previa entrada de R$ 25 milhões.

“Não trabalhamos pensando num único momento, com o efeito mostrado agora. O trabalho é a médio, longo prazo, em toda a temporada e baseado no orçamento feito no ano passado, estou acreditando que vamos manter a média de público, pois continuaremos com política de preços no Paulista, oferecendo descontos ao Fiel Torcedor”, afirma Lúcio Blanco, diretor de arrecadação do Corinthians, sem perder a confiança.

CAMISA 9 – Uma prova da força de Ronaldo estava ligada à venda de camisas. Dificilmente um corintiano não tem uma com o 9 nas costas. Só a da versão roxa, que não caiu nas graças da torcida, por exemplo, foram vendidas mais de 100 mil. O departamento de marketing e financeiro já trabalha para encontrar uma saída. Explorar a saída do Fenômeno, no momento, pode garantir algumas cifras. Resta saber como será depois.

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