A denúncia do regime de Muammar Khadafi de que o filho mais novo do líder líbio e três de seus netos morreram ontem à noite em um bombardeio da Otan em Trípoli é “uma mentira”, afirmou neste domingo à Agência Efe Jalal al Galal, porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT), principal órgão dos insurgentes.
“Kadafi quer pressionar a Otan” para que interrompa seus ataques sobre a capital e “demonstrar que a organização quer matá-lo”, como afirmou o regime líbio em várias ocasiões quando os bombardeios atingiram sua residência em Trípoli.
As informações dadas ontem à noite pelo porta-voz governamental, Moussa Ibrahim, em entrevista coletiva em Trípoli e transmitida pela rede de televisão estatal “não estão e nem podem ser confirmadas”, segundo Al Galal.
“Não vimos os corpos nem nos disseram os nomes dos netos”, afirmou Ibrahim em relação às supostas vítimas de um bombardeio da Otan sobre a residência de Saif al Arab, o filho mais novo de Khadafi, onde o próprio líder estaria junto com sua esposa, segundo a versão oficial.
“Nos dizem que Khadafi e sua mulher conseguiram se salvar, mas se as imagens que nos mostram são verdadeiras, ninguém poderia ter sobrevivido”, alegou o representante rebelde.
A rede de televisão estatal divulgou ontem à noite imagens da que assegurou ser a casa de Saif el Arab, nas quais podia ser vista uma residência destruída em grande parte.
Galal defendeu a atuação da Otan e disse que a organização “está atacando apenas instalações militares”. Ele ainda ressaltou que, se Saif al Arab estivesse em alguma delas durante os bombardeios, o regime teria que dar uma explicação sobre isso, já que este não ocupa nenhum cargo militar.
O filho de Khadafi “poderia ter morrido, mas em outra circunstância, inclusive de morte natural, já que estava doente”, disse o porta-voz insurgente.