Morre o ex-senador campo-grandense Humberto Neder

O ex-senador campo-grandense (era suplente e exerceu o mandato em 1963, até ser cassado pela ditadura militar) Humberto Neder, 91, morreu na quinta-feira, 30, em São Paulo, de causas ainda não informadas. Ele estava dormindo quando foi encontrado morto, segundo familiares. A pedido do ex-senador, o corpo foi cremado e as cinzas devem ser trazidas […]

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O ex-senador campo-grandense (era suplente e exerceu o mandato em 1963, até ser cassado pela ditadura militar) Humberto Neder, 91, morreu na quinta-feira, 30, em São Paulo, de causas ainda não informadas. Ele estava dormindo quando foi encontrado morto, segundo familiares.

A pedido do ex-senador, o corpo foi cremado e as cinzas devem ser trazidas para Campo Grande, sua cidade natal. Neder foi pioneiro dos serviços de telecomunicações no Centro-Oeste, combatente da Força Expedicionária na II Guerra Mundial, advogado, militante socialista e respeitado homem da cultura e dos negócios. Esteve na linha de frente da resistência ao nazi-fascismo, combatendo com a FEB na Europa, e ao golpe militar brasileiro de 1964.

No dia 14 de março deste ano ele recebeu sua última homenagem em vida, quando a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) lançou, no memorial da Cultura e da Cidadania, o livro “Humberto Neder, o Pioneiro das Telecomunicações”, de Cláudio Vilas Boas Soares. Arquiteto e professor licenciado em matemática, pós-graduado em métodos e técnicas de ensino. Advogado atuante e combativo, também contribuiu com o início do processo de reforma agrária do governo de Getúlio Vargas, na regularização de terras na região da Grande Dourados.

Humberto Neder – que nasceu em 30 a de agosto de 1920, em Campo Grande – dirigiu o Banco do Povo de Mato Grosso (que chegou a ramificar-se por 30 agências em Cuiabá e outros municípios, inclusive no Rio de Janeiro) e criou a empresa de telefonia Teleoeste.

Outra atuação importante foi na antológica campanha nacional do “O Petróleo é Nosso”. Neder, nacionalista convictoe amigo de personalidades como o presidente João Goulart, presidiu em Mato Grosso a Comissão Regional para Estatização dos Serviços de Exploração do Petróleo. Preso e perseguido pelo regime, teve suas empresas expropriadas a preços humilhantes e cassado o mandato de primeiro suplente de senador. Conseguiu exilar-se no Paraguai, onde permaneceu 22 anos, de 1972 a 1993, até beneficiar-se com a anistia.

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