Acontece no próximo domingo (20), no ginásio municipal de esportes de Ribas do Rio Pardo, a Mostra de Vídeo do Projeto Lanterna Mágica.

O projeto é uma iniciativa da Gira Solidário – Promoção e Defesa da Infância e Adolescência em parceria com a EDP, empresa responsável pela geração e distribuição de energia elétrica em estados brasileiros, reuniu cerca de 80 adolescentes de escolas públicas daquele município e 20 educadores.

Com o objetivo de incentivar o uso da tecnologia e a criação de produtos audiovisuais como ferramenta pedagógica no enfrentamento ao Trabalho Infantil, o projeto se utilizou da educomunicação para desvendar um mundo novo para os adolescentes, o cinema.

Os jovens atuaram desde a criação do roteiro, escolha das locações de filmagens e a edição final do produto. Foram diretores, atores, câmeras, roteiristas, cenógrafos. “O objetivo é que esses vídeos conscientizem a comunidade sobre os riscos do trabalho na infância e adolescência e que abra os olhos desses jovens para a importância de estarem na escola e em cursos que lhes garantam um futuro melhor”, explica Juliana Feliz, coordenadora geral do projeto.

Os jovens passaram por uma formação sobre todo o processo de produção de vídeo, sempre acompanhados de profissionais. “As filmagens e todo o envolvimento deles com os vídeos é muito importante para a autoestima e o contato com a tecnologia”, explica Magnólia Ramos, monitora do projeto. “Eles se envolvem em todo o processo de produção de um filme. E isso em Ribas do Rio Pardo, uma cidade em que não há cinema, muitos deles nunca foram ao cinema, já que o mais próximo é em Campo Grande”, explica o arte educador, Júlio Feliz, coordenador pedagógico do projeto.

Trabalho Infantil

Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2009 quase 10% da população entre cinco e 17 anos trabalha. A situação já foi mais alarmante, mas o avanço deve continuar a ser um compromisso para o país.

O trabalho infantil é ilegal, pois expõe meninos e meninas a complexas situações de risco e vulnerabilidade interferindo diretamente em seu desenvolvimento. Crianças que trabalham ficam expostas a ambientes insalubres, que podem causar lesões físicas e diversos problemas de saúde. Há também o risco de situações de maus-tratos e exploração por parte de seus empregadores e outros riscos à sua segurança, moral e saúde psicológica. A exploração da mão de obra infantil em geral ainda atrapalha a escolarização dessas crianças, prejudicando o seu desenvolvimento e, portanto, o seu futuro.

Tanto a Constituição Federal de 1988, quanto o ECA, em seu artigo 60, proíbem expressamente qualquer tipo de trabalho a crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Portanto considera-se trabalho infantil quando meninos e meninas estão abaixo da idade mínima exigida no Brasil (16 anos) para ocupar atividades econômicas ou de sobrevivência, remuneradas ou não. Vale ressaltar a existência da condição de aprendiz a partir dos 14 anos de idade. Nesse caso, o adolescente exerce uma função relacionada à qualificação profissional, sem interferência nos estudos.