O juiz de Cassilândia, Sílvio Cezar do Prado, que responde pela 1ª Vara Criminal de Costa Rica, concedeu ontem (29) liberdade a Robson Mendes de Oliveira, 27 anos e Celso Maldaner dos Santos, 53 anos, mais conhecido por “Gaúcho”, principais acusados pelo desaparecimento e morte da adolescente Vanessa Ferreira da Silva Nunes, alegando excesso de prazo nas investigações.

Os dois estavam presos desde o dia 25 de abril deste ano e chegaram a ter o pedido de habeas corpus negado, por unanimidade pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, no final do mês passado. Em seu despacho a relatora do pedido, desembargadora Marilza Lúcia Fortes, disse: ”Não há que se falar em ausência de fundamentação ou inexistência dos pressupostos legais no decreto da custódia cautelar, haja vista ter o magistrado singular demonstrado de forma concreta a necessidade da medida extrema diante da notícia de ameaças às testemunhas e da periculosidade do paciente, revelada pelas circunstâncias e motivos pelos quais ocorreram os delitos”.

Robson e Celso foram soltos no início da noite de ontem, justamente quando o delegado Cleverson Alves dos Santos, da Polícia Civil de Costa Rica (MS), concluiu as investigações e relatou o inquérito do caso que levou mais de 5 anos para ser esclarecido.

No relatório final o delegado mostrou que Vanessa foi morta porque mantinha um relacionamento amoroso com Robson e estaria grávida dele. Para assinar a jovem, Robson teria contado com a ajuda da mulher dele, Inácia Campos, 35 anos e de “Gaúcho”.

Ainda consta no relatório do delegado que Vanessa foi morta, por asfixia, na casa de Robson e Inácia no Vale do Amanhecer, onde provavelmente foi enterrada. Dias depois o corpo da jovem teria sido tirado do local e jogado no terreno onde foi construído o Centro de Eventos Ramez Tebet.

O relatório final do inquérito tem elementos suficientes para condenar os três acusados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e aborto, de acordo com o delegado Cleverson. “Agora é esperar que os três sejam levados a júri popular e condenados pelos crimes que cometeram”, finaliza o delegado Cleverson.