As empresas estatais de São Paulo, que têm políticos e quadros do PSDB em seus conselhos de administração, abrigaram até ex-parlamentares tucanos de outros Estados durante a gestão de José Serra.

Um deles foi o ex-senador Geraldo Melo, do Rio Grande do Norte, ex-conselheiro da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). Segundo Melo, o motivo de ter aceitado o cargo não foi a remuneração de conselheiro.

“A vida me deu suficiente para eu não precisar dos R$ 3 mil. Na época, me disseram que havia uma dificuldade da autoridade superior de saber o que acontecia nas empresas. O governador precisava ter em cada lugar uma pessoa da confiança dele. Foi esse o tom”, afirmou.

Melo disse que pediu para sair do conselho da empresa ao ficar “desconfortável com muitos assuntos dos quais não estava inteirado”. “Em determinado momento, as decisões ficaram muito complexas, e pedi para sair.”

O ex-senador Antero Paes de Barros, do PSDB de Mato Grosso e jornalista de formação, foi indicado no governo Serra para atuar no conselho da Sabesp, empresa estadual de saneamento. Antero ocupou o conselho entre 2007 e 2009. Disse que, durante esse período, quando precisava ir a São Paulo participar das reuniões, recebia cerca de R$ 4.200 e pagava do próprio bolso as passagens e hospedagem.

“O conselho da Sabesp não é de faz de conta. Eu dava uma ou outra colaboração. Era um debate tão de alto nível que a colaboração surgia”, afirmou.