A presidente Dilma Rousseff rejeitou nesta terça-feira (8) proposta de acordo da oposição para a votação do projeto que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU).

Segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), Dilma considera que a crise financeira internacional terá um impacto mais prolongado no Brasil e que é importante garantir ao governo a possibilidade de gastar livremente 20% de suas receitas até 2015, conforme previsto no texto original.

“A aprovação da DRU é uma demonstração que o governo tem fôlego para enfrentar a crise é fundamental. Uma proposta de prorrogação de apenas dois anos poderia demonstrar uma fragilidade do governo em relação à projeção, as perspectivas de impacto, que são superiores a dois anos”, afirmou.

Parlamentares do DEM e do PSDB haviam apresentado a proposta de prorrogar a DRU por apenas dois anos, até 2013. Diante da rejeição da proposta, a oposição anunciou que vai obstruir as votações.

“Vamos usar todos os recursos regimentais para prolongar a votação, como a votação nominal. Vamos entrar madrugada a dentro”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (DEM-BA). Ele afirmou que a oposição vai votar contra o texto base e a favor de uma emenda que prorroga a DRU por dois anos.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que o partido vai votar unido a favor da desvinculação de receitas. “Os 80 votos do PMDB serão pela aprovação. Não há nenhum risco de o governo perder na votação. É só ter resistência física. Eu tenho”, afirmou.