O cantor e compositor baiano Caetano Veloso utilizou a coluna dominical que tem no jornal carioca O Globo para defender a irmã, a cantora Maria Bethânia, que está no centro de uma polêmica nacional, quando foi divulgado que ela teve aprovado pelo Ministério da Cultura o uso de R$ 1,3 milhão captado pela Lei Rouanet para montar um blog.
Caetano acusou a revista Veja de fazer “jornalismo com o fígado”. E também acusou o jornal Folha de S.Paulo de seguir no mesmo caminho.
– A Veja logo pôs que Bethânia tinha ganho R$ 1,3 milhão quando sabe-se que a equipe que a aconselhou a estender à internet o trabalho que vem fazendo apenas conseguiu aprovação do MinC para tentar captar, tendo esse valor como teto. Os editores da revista e do jornal sabem que estão enganando os leitores.
O baiano falou mal do cantor Lobão e de seu biógrafo, Tognolli, por terem falado de Bethânia.
– Toda a grita veio com o corinho que repete o epíteto “máfia do dendê”, expressão cunhada por um tal Tognolli, que escreveu o livro de Lobão, pois este é incapaz de redigir (não é todo cantor de rádio que escreve um Verdade Tropical).
Caetano ainda atacou os jornalistas Mônica Bergamo e Ricardo Noblat.
– Certos jornalistas precisam sentir na pele os danos que causam com suas leviandades.
A quem reclamar de sua tomada de posição, Caetano deixou bem claro que entrou na briga do lado da irmã.
– Pensam o quê? Que eu vou ser discreto e sóbrio? Não. Comigo, não, violão.
O baiano ainda lembrou projetos de outros artistas que também foram beneficiados pelo MinC.
– O projeto que envolve o nome de Bethânia recebeu permissão de captar menos do que os futuros projetos de Marisa Monte, Zizi Possi, Erasmo Carlos ou Maria Rita. Isso só para falar de nomes conhecidos […] Por que escolher Bethânia para bode expiatório? […] Maria Bethânia tem sido honrada em sua vida pública. Não há nada que justifique a apressada acusação de interesses escusos lançada contra ela.
Caetano ainda acusa de racista quem está contra a irmã.
– Só o misto de ressentimento, demagogia e racismo contra baianos (medo da Bahia?) explica a afoiteza […] Se pensavam que eu ia calar sobre isso, se enganaram redondamente. Nunca pedi nada a ninguém. Como disse Dona Ivone Lara (em canção feita para Bethânia e seus irmãos baianos): “Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há?”