Alcoolismo continua matando indios na divisa de MT com TO
Nove meses após criação de normas para coibir o consumo de álcool e drogas nas aldeias da nação Karajá de Mato Grosso e Tocantins, as mortes decorrentes da dependência química continuam ocorrendo nas aldeias da Ilha do Bananal. As medidas foram estabelecidas durante seminário promovido em outubro de 2010 pelo Ministério Público de Tocantins em […]
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Nove meses após criação de normas para coibir o consumo de álcool e drogas nas aldeias da nação Karajá de Mato Grosso e Tocantins, as mortes decorrentes da dependência química continuam ocorrendo nas aldeias da Ilha do Bananal. As medidas foram estabelecidas durante seminário promovido em outubro de 2010 pelo Ministério Público de Tocantins em São Félix do Araguaia, 1.150 km ao nordeste de Cuiabá.
O alto índice de consumo de álcool favorece a violência e leva muitos indígenas ao suicídio, tanto homens quanto mulheres de acordo com a vice-presidente da Associação das Mulheres Karajá da Ilha do Bananal (TO), Deboréa Karajá.
Ela lembra que durante o seminário, o procurador do MP de Tocantins, Álvaro Manzano declarou ser contra a proibição da venda de bebida alcoólica a indígenas, considerando que todo cidadão brasileiro tem seus direitos e deveres preservados pela Constituição de 1988. “Nós achamos que não deveria vender bebida para índio”, contrapõem a líder.
Na época, o procurador justificou: “É necessário que os índios assumam o protagonismo de suas vidas, o que inclui a sustentabilidade das aldeias e também a capacidade de lidar com problemas como o abuso de álcool. O que estamos fazendo é uma forma de contribuir para isso, sem discriminar”.
Como a proibição foi descartada, normas foram estabelecidas para coibir o alcoolismo nas aldeias, como a criação de uma polícia indígena destinada a proteger os integrantes das aldeias de pessoas violentas devido à embriaguez, incentivos à prática de esportes, criação de centros de atividades longe das cidades e punição aos índios que levarem bebida para comercialização nas terras indígenas durante festas e comemorações tradicionais.
Segundo Deboréa Karajá, nenhuma dessas normas está sendo colocada em prática. “Ninguém liga pra esse problema. Nós precisamos de ajuda”, apela.
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