Acusados de feitiçaria, família tem casa incendiada e é expulsa de aldeia
Uma família indígena teve sua residência incendiada no sábado (23) por outros indígenas e familiares que acreditam que uma jovem de 23 anos teria feito ‘feitiçaria’ para matar o próprio primo. O fato aconteceu na Aldeia Limão Verde, no município de Amambai. Izabelia Vilhalba, de 23 anos, morava na residência com seu marido, sua mãe […]
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Uma família indígena teve sua residência incendiada no sábado (23) por outros indígenas e familiares que acreditam que uma jovem de 23 anos teria feito ‘feitiçaria’ para matar o próprio primo.
O fato aconteceu na Aldeia Limão Verde, no município de Amambai. Izabelia Vilhalba, de 23 anos, morava na residência com seu marido, sua mãe e seus seis filhos pequenos. Ela esta sendo acusada pelo próprio tio de ter ‘contratado um feitiço’ para matar seu primo.
No sábado, familiares foram até a casa da indígena para linchá-la, porém não a encontraram e resolveram atear fogo na residência. Com medo, a mãe da jovem saiu com seus seis netos.
Segundo Willian Rodrigues, chefe da CTL (Coordenação Técnica Local) da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) em Amambai, que acompanhou pessoalmente o caso, explica que após a morte do indígena Valdemilson, por conta de uma doença, o pai do rapaz e tio de Izabelia, teria passado a acusá-la de ter “contratado um feitiço”, com feiticeiros para matar o rapaz.
A avó e as crianças só foram encontradas no final da tarde de domingo (24) por uma equipe da Polícia Militar Rodoviária Estadual (PRE) da base operacional de Amambai.
Ao ser localizada a mulher disse que, com medo, havia passado a noite com os netos ao relento, nos fundos de um sítio, situado às margens da Rodovia MS-156, trecho que liga Amambai a Tacuru, a cerca de dois quilômetros da aldeia de onde foram expulsos.
A Polícia Militar de Amambai, que já estava trabalhando no caso, esteve no local acompanhado pelo chefe do CTL, Willian Rodrigues e com apoio da PRE, conduziu a avó e os netos para a sede da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar, em Amambai, onde as crianças se encontraram com o pai e com a mãe.
O filho mais velho do casal, um garoto de 12 anos, teria se perdido da avó durante a fuga na noite de sábado, mas segundo a FUNAI, já foi localizado e está em segurança, abrigado na casa de um parente da família.
Para garantir a segurança da família, após prestar as informações necessárias a policia, a mulher, que nega as acusações de feitiçaria contra o primo, seu marido, seus filhos e sua mãe, foram abrigados pela FUNAI em um hotel da cidade, até que se encontre um local seguro para levá-los.
Outros casos
Casos envolvendo suposta feitiçaria já foram registrados em outras ocasiões na Aldeia Limão Verde em Amambai.
Há alguns anos um cemitério existente em uma propriedade rural próxima a aldeia tiveram vários túmulos violados e artefatos e até restos mortais desapareceram.
Tempos depois um crânio humano, supostamente usurpado do cemitério rural, foi localizado em meio a artefatos usados em um suposto ritual de feitiçaria dentro de uma casa na própria Aldeia Limão Verde.
Em março de 2007 a indígena, Rosalina Araújo de 34 anos, foi assassinada a facadas por um adolescente de 15 anos na reserva indígena.
Ao ser apreendido logo após praticar o crime, o adolescente guarani-kaiowá disse que matou a mulher porque ela era “bruxa” e estaria praticando feitiçaria na aldeia.
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