O Tribunal do Júri de Samambaia condenou, na noite desta sexta-feira (12/2), o vendedor autônomo Crisojônio Ferreira Paulo dos Santos a 12 anos de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por matar, com golpes de faca no pescoço, Petterson Gleison Sousa Barros. De acordo com o processo, Crisojônio, 39 anos, cometeu o crime após Petterson ter urinado no portão da casa dele, no dia 6 de abril de 2008, por volta das 2h30.

Ao proferir a sentença, o juiz Edilberto Martins de Oliveira levou em conta três aspectos: a falta de antecedentes criminais do acusado, a boa conduta social, a confissão espontânea — sem alegar que agiu em legítima defesa — e o fato de a vítima ter contribuído para gerar no acusado um sentimento de revolta.

“Há de considerar-se, a propósito, o teor provocativo da atitude da vítima que, mesmo depois de instada a não prosseguir na conduta, persistiu no propósito de satisfazer necessidade fisiológica nos domínios do imóvel residencial do réu”, afirmou Oliveira. O acusado ainda pode recorrer da sentença em liberdade.

Motivo fútil

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o motivo do assassinato de Petterson se encaixa na categoria que teve maior registro de ocorrências no primeiro semestre de 2008 — período em que ele foi morto. Dos 309 homicídios registrados no DF de janeiro a junho daquele ano, 73 ocorrências (32,3%) foram por motivo fútil. Nessa categoria estão os homicídios praticados por desavenças sem nenhum vínculo aparente — desproporcionais entre o crime e a causa — e aqueles em que simplesmente não há motivação.

Os outros motivos mais registrados no período foram: drogas, com 43 casos (19%); vingança, com 32 casos (14,2%); acerto de contas — provocado por ambição, dívidas, jogo/aposta ou outras razões que não tenham a ver com drogas —, com 21 (9,3%); homicídio passional, com 18 (8%); e consumo de álcool, com 17 (7,5%).