Quinze laureados pelo Prêmio Nobel pediram que o G20 solicite à China a libertação do ativista de direitos humanos Liu Xiaobo, cuja premiação do Nobel da Paz este mês enfureceu Pequim.

“A libertação pelo governo chinês do senhor Liu seria um reconhecimento extraordinário das transformações notáveis pelas quais a China passou nas últimas décadas”, disse o grupo em uma carta publicada na segunda-feira pelo Freedom Now, uma organização sem fins lucrativos com sede no Estados Unidos que atua para libertar os prisioneiros de consciência.

Assinada por laureados pelo Nobel da Paz, incluindo o arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e o Dalai Lama, a carta também pediu que o grupo dos 20 países mais ricos e desenvolvidos solicite à China a libertação da mulher de Liu, Liu Xia, do que chamaram de prisão domiciliar de facto.

Prisão

Liu, que cumpre uma pena de 11 anos de prisão por acusações de subversão, foi laureado com o Nobel da Paz no começo deste mês. Pequim afirma que Liu é um criminoso e que lhe dar o prêmio foi uma “obscenidade”.

A carta também exortou os líderes do G20 a pressionarem o presidente chinês, Hu Jintao, sobre o caso de Liu na cúpula do G20 em Seul nos dias 10 e 11 de novembro.

“A cúpula proporciona o tempo e a oportunidade para tratar da prisão do Dr. Liu. Exortamos fortemente que vocês convençam o presidente chinês, Hu Jintao, de que a libertação do Dr. Liu não é apenas bem-vinda, mas necessária”, afirmou a carta.

Os 15 signatários da carta também incluem o político tcheco e ex-dissidente Vaclav Havel, a advogada iraniana Shirin Ebadi e o ex-presidente sul-africano F.W. de Klerk. Não constam da lista, no entanto, vários laureados pelo Nobel, incluindo Nelson Mandela, da África do Sul, e o presidente dos EUA, Barack Obama, que este mês divulgou um comunicado próprio pedindo que a China liberte Liu.