O forte crescimento do comércio eletrônico no País passou de motivo de comemoração das lojas virtuais brasileiras a foco de preocupações dos empresários.

O modelo de negócios, extremamente dependente da logística, se esforça para driblar a falta de preparação das transportadoras para atender o aumento da demanda e pode enfrentar problemas no Natal, época em que as compras batem recordes.

A avaliação é do gerente-geral de operações e e-commerce do Magazine Luiza, Ronaldo Magalhães. “O Brasil não está preparado para atender a demanda. Nossa logística não está preparada”, afirmou ontem (20) em congresso promovido pela Associação Nacional de Jornais, no Rio. Segundo Magalhães, a maioria das transportadoras é pequena e ainda pouco profissionalizada.

Para o professor do Ibmec-RJ Ruy Quintaes, o problema ocorre porque o setor de transporte de cargas é pouco atrativo no Brasil. “Não é incompetência nem falta de vontade de investir. Mas as transportadoras enfrentam problemas de violência e de infraestrutura.”

A falta de segurança e a infraestrutura deficiente trazem outro entrave, o alto preço dos seguros, avalia Quintaes. “No Natal, haverá um problema muito grave”, declarou. Com um faturamento de anual de R$ 500 milhões apenas com e-commerce, o Magazine Luiza apostou em negociação prévia com as 17 transportadoras com as quais trabalha, para garantir a entrega dos produtos em dezembro.

“Essas empresas não estão acompanhando nosso crescimento. Por isso, temos ajudado as empresas a se desenvolver melhor”, conta.