Tradição junina comemora quase sete décadas em Corumbá

Em 2010, a homenagem a São João da festeira Maria Paula da Silva será descer pela 69ª vez a ladeira do Porto Geral – para o banho do santo nas águas do rio Paraguai – com muita fé e devoção. “Apesar de minha saúde me privar de certas coisas, não abro mão de cuidar pessoalmente da […]

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Em 2010, a homenagem a São João da festeira Maria Paula da Silva será descer pela 69ª vez a ladeira do Porto Geral – para o banho do santo nas águas do rio Paraguai – com muita fé e devoção. “Apesar de minha saúde me privar de certas coisas, não abro mão de cuidar pessoalmente da festa de São João. Meu maior motivo, é continuar a tradição que minha avó começou em Cáceres e que minha mãe deu início em Corumbá”, relatou a festeira.

Dona Maria Paula, como é conhecida a festeira, destacou que por quase um século, o santo, que batizou Cristo nas águas do rio Jordão, abençoa sua família. “Minha avó começou a festa de São João em Cáceres, era muito diferente da que temos hoje. Lembro que era feita em um grande terreno, com uma mesa cheia de quitutes. No dia anterior à festa, meu tio chegava, durante a madrugada, com um carro de bois cheio de lenha e uma grande fogueira era montada.

As pessoas rezavam e dançavam a noite toda no local. O banho era feito ali mesmo no terreno”, relembrou. Em Corumbá, a festeira destacou que quando a mãe chegou com a celebração do Santo, poucas festas eram realizadas, e as pessoas compareciam nas casas, mais para rezar. “Quando a festa foi trazida por minha mãe a Corumbá, eram poucas as celebrações que existiam na cidade e a questão de festa, de comida e de bebida, não tinham tanto destaque como têm hoje.

Naquela época, as pessoas vinham para a festa porque queriam dar destaque à fé e à devoção a São João. É claro que as comidas e bebidas existiam, porém, o santo tinha a total devoção de todos que estavam presentes à festa”, observou.

Este ano, Maria Paula foi homenageada no Festival América do Sul como uma das grandes festeiras de São João. “Foi uma grande surpresa receber esta homenagem, pois com certeza, várias graças que recebi ao logo de minha vida, consegui com as graças de São João. A resposta que ele me dá, a cada invocação que faço, me permite a cada ano realizar a festa com tudo que há de bom e melhor. É esta certeza que me transmite tranquilidade e segurança de que após minha morte, meus filhos continuarão com a tradição”, afirmou a festeira.

Por ser uma das maiores celebrações de São João da cidade, a casa da festeira, que fica na rua Tiradentes, vira um ponto turístico no dia 23 de junho. “Todos os anos recebo mais de 300 pessoas em minha casa, são pessoas que conheço, que não conheço, turistas, todos são bem recebidos por mim e por São João, que com, certeza se alegra com a devoção de todos.”

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