Tombamento do complexo ferroviário atrasa obras na Feirona de Campo Grande

Prefeitura havia anunciado entrega das reformas para segundo semestre de 2010, mas conjunto da esplanada ferroviária foi tombado como patrimônio histórico e projeto deve ser adequado.

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Prefeitura havia anunciado entrega das reformas para segundo semestre de 2010, mas conjunto da esplanada ferroviária foi tombado como patrimônio histórico e projeto deve ser adequado.

Enquanto o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a prefeitura de Campo Grande discutem a adequação das obras de modernização da Feira Central, orçada em R$ 2,4 milhões, os feirantes aguardam explicações sobre o andamento das reformas no local, que tinham entrega prevista para este ano.

O local das obras é vizinho ao complexo ferroviário da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil – tombado pela União em 2010 -, e o objetivo das reuniões é otimizar o uso e a ocupação da esplanada.

A superintendente do órgão no Estado, Margareth Ribas, defende a elaboração de um plano diretor para toda a área. “É preciso um estudo amplo no sentido de que todos os elementos da esplanada tenham interlocução”, afirmou. Pelo menos três reuniões já foram realizadas entre técnicos do Iphan, o secretário municipal de Infraestrutura, Transportes e Habitação, João Antonio de Marco, e o prefeito Nelsinho Trad, para abordar o assunto. “Queremos chegar a um consenso, e encontrar a melhor solução para todos”, completou Margareth.

O projeto de ampliação prevê a construção de guaritas, depósito de resíduos, troca da cobertura da ala esquerda, implantação de venezianas metálicas, ampliação da cobertura metálica, instalação de brises (um tipo de quebra-sol) e construção de uma cobertura tensionada.

Obras Embargadas

Alguns feirantes acreditam que as obras teriam sido embargadas depois de o Iphan ter aberto diálogo com a prefeitura. Na época da assinatura da ordem de serviço, em dezembro de 2009, a prefeitura estimava a conclusão das reformas para o segundo semestre de 2010, mas até agora nem todos os equipamentos foram entregues. As guaritas e o depósito de resíduos estão em fase de construção. As brises foram todas praticamente colocadas, e alguns detalhes da reforma ainda precisam ser tratados com o Iphan.

A presidente da Associação da Feira Central e Turística (Afecetur), Alvira Appel, explica que o tombamento da esplanada representou um fato novo. “A feira está dentro da área de tombamento. Então o Iphan pediu que encaminhássemos um projeto para adequar a feira à nova realidade”, diz.

A Feira Central, que não foi tombada, é um dos principais pontos turísticos de Campo Grande, e abriga diversos restaurantes que produzem o sobá – prato considerado patrimônio imaterial da cultura campo-grandense. Cerca de 4 mil pessoas circulam pelo local nos dias de feira, e são gerados mais de 2 mil postos de trabalho – entre formais e informais.

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